O Rio Grande do Sul gerou 130.583 novos postos de emprego formal entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022. O número representa uma alta de 5,3% no número de contratações por carteira assinada. Estes dados e outros relativos ao emprego formal e também ao mercado de trabalho do Estado estão no Boletim de Trabalho do Rio Grande do Sul, publicado pelo Departamento de Economia e Estatística nesta terça-feira.
Elaborado pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, o documento é produzido com foco no Estado a partir de informações da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) e do Novo Caged (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas), do Ministério da Economia, principalmente.
“Embora a série do Novo Caged só tenha início em janeiro de 2020, estudos anteriores já demonstraram como o mercado formal de trabalho, no país e no Estado, acumula, desde meados da década passada, resultados pouco expressivos, que não têm sido suficientes para superar as taxas elevadas de desemprego e de informalidade que caracterizam o mercado geral de trabalho”, avalia Guilherme Sobrinho.
O setor de Serviços puxou a elevação, seguido da Indústria, Comércio, Construção e Agropecuária. Porém, em termos percentuais, na comparação com o restante do país no período, o Rio Grande do Sul teve alta de 5,3%. Ou seja, ficou abaixo da alta de 6,7% da média brasileira.
Seguindo a tendência apontada no Boletim de Trabalho lançado em janeiro de 2021, as mulheres foram predominantes na ocupação das vagas criadas no mercado formal entre fev/2021 a fev/2022, responsáveis por 54,9% do total de novos vínculos. Outro destaque já apontado no boletim anterior, os jovens de até 24 anos seguem predominantes na ocupação das novas vagas: a participação dos menores de 18 anos foi de 22,9% e dos jovens entre 18 e 24 anos, de 59,8%. Quanto à escolaridade, pessoas com Ensino Médio completo ocuparam 60,6% das oportunidades geradas no período.
Outro ponto importante, é que, apesar da recuperação em alguns indicadores, o levantamento aponta queda no valor dos rendimentos médio das pessoas ocupadas, que registrou o menor valor no Estado desde o terceiro trimestre de 2012. Esse dado considera o mercado de trabalho como um todo, não apenas os empregos formais, e diz respeito ao que foi observado no quarto trimestre de 2021 da Pnad Contínua do IBGE. Esta piora foi de 4% em relação ao trimestre anterior.
O Nível de Ocupação, que considera o percentual de pessoas ocupadas em vínculos formais e informais em relação às pessoas em idade de trabalhar, também registrou crescimento, o que representou um acréscimo de 100 mil ocupados no Estado.
A Taxa de Informalidade no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul chegou a 33% no último trimestre de 2021, ante 32,2% do terceiro trimestre. Na comparação com outros Estados, a taxa do Rio Grande do Sul no período ficou acima da de Santa Catarina e de São Paulo e abaixo da registrada no Paraná e da média brasileira, que é de 40,7%.