Operação Car Wash

Quadrilha usava revenda de veículos para lavagem de dinheiro do tráfico, diz polícia

Grupo teria movimentado R$ 17 milhões em um ano com a compra de imóveis, carros de luxo e atuação em uma revenda de veículos de fachada.

Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar, deflagrou uma operação contra a célula de uma facção criminosa que lavava dinheiro do tráfico de armas e drogas na região metropolitana. O grupo alvo da “Operação Car Wash” é suspeito de movimentar R$ 17 milhões em um ano.

Cerca de 380 policiais civis e militares cumpriram 3 mandados de prisão preventiva, 61 mandados de busca em 11 municípios. Foram três mandados de prisão preventiva, 61 mandados de busca em Viamão, Garibaldi, Sarandi, Santo Ângelo, Porto Alegre, São Jerônimo, Canoas, Sapucaia, Novo Hamburgo, Estância Velha e Imbituba (SC).

De acordo com a investigação, conduzida pelo delegado Eduardo Amaral, da 1ª Delegacia de Polícia de Gravataí, os criminosos faziam a lavagem de dinheiro do tráfico com a compra de imóveis, carros de luxo, e compra e venda de veículos por meio uma revenda de fachada que atuava em Viamão.

A investigação iniciou em 2022, a partir da troca de informações entre a Brigada Militar e a Polícia Civil. Na ocasião, quando foi deflagrada a Operação Big Fish, parte das lideranças da organização criminosa, que tem base no Vale dos Sinos, foi presa pela prática dos crimes de tráfico de drogas e de associação ao tráfico.

Com o aprofundamento das investigações e com o apoio do setor de inteligência da Brigada Militar, foi possível desvelar o esquema desenvolvido para lavar o dinheiro oriundo do tráfico. Foram 15 meses de investigação até a ação deflagrada hoje. A Polícia Civil solicitou e foi atendida com o bloqueio de contas bancárias vinculadas a 47 pessoas físicas e jurídicas. Também foi determinado o bloqueio de cinco imóveis.

Segundo o delegado Eduardo Amaral, os lucros obtidos com a venda de drogas eram enviados para contas bancárias de integrantes da organização criminosa ou de seus familiares. Os valores eram investidos na compra de bens móveis e imóveis de luxo, na compra de carregamento de entorpecentes e armas de fogo. “O líder e o operador financeiro faziam gosto com a compra de carros de luxo: foram quatro BMW, Porsche Cayenne, Land Rover Evoque, entre outros, compra e construção de imóveis de elevado padrão, além de esbanjar com extravagância”, afirma Amaral.

As investigações apontaram que a loja de veículos recebia os valores diretamente dos operadores da traficância e tinha 180 transações no seu registro. Ainda de acordo com o delegado, a empresa transferia com frequência carros para membros ou familiares da facção, fazia pagamentos para a organização criminosa, advogado e cedia veículos para recolher dinheiro em pontos de venda de entorpecentes.