OPERAÇÃO MAR TIRRENO

Operação mira integrantes de quadrilha que torturou e matou rivais a machadadas em Porto Alegre

Dezenove criminosos foram presos em Porto Alegre. Foram apreendidas armas de fogo, munições, dinheiro e vasta quantidade de drogas prontas para venda.

Operação Mar Tirreno foi deflagrada em Porto Alegre.
Crédito: DCS, Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil, com apoio do efetivo da Brigada Militar, deflagrou uma operação para prender integrantes de uma quadrilha responsável por um duplo homicídio ocorrido na zona norte de Porto Alegre. Até o último balanço, 15 criminosos foram presos. Outros quatro investigados já haviam sido capturados anteriormente.

A investigação é da 2ª DPHPP (2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa) coordenada pelo delegado Eric Dutra. Foram cumpridas 52 ordens judiciais em Porto Alegre, sendo 15 de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 31 mandados de busca e apreensão.

Os 15 presos serão encaminhados ao sistema prisional. Foram apreendidas armas de fogo, munições, dinheiro e vasta quantidade de drogas prontas para venda. Um fardamento policial falso foi apreendido e será encaminhado para a perícia.

Crédito: DCS, Polícia Civil / Divulgação

O duplo homicídio que deu origem à “Operação Mar Tirreno” ocorreu na noite de 19 de junho deste ano na Vila Jardim, na zona norte da Capital. Duas mulheres foram contratadas para, através das redes sociais, seduzirem e convidarem dois integrantes de uma facção criminosa rival para uma festa regada a bebidas alcoólicas e drogas. A suposta festa ocorreria na casa de uma delas.

Em determinado momento, as mulheres deixaram o imóvel. Logo em seguida, cinco criminosos – disfarçados de policiais militares – invadiram o local gritando “polícia”. Os dois criminosos rivais foram algemados e torturados até que foram brutalmente mortos, sendo desfigurados com uso de uma machadinha.

Conforme o delegado Dutra, toda a ação foi transmitida ao vivo através de uma videochamada. Os corpos seriam esquartejados e retirados, mas os executores os deixaram na casa. Os dois mortos foram encontrados somente no dia seguinte ao crime.

“A forma brutal com que foi cometido o crime, bem como suas circunstâncias, exigia uma resposta rápida e firme por parte do Estado, visando impedir que uma onda de crimes posteriores em forma de retaliação viessem a ocorrer. Essa resposta foi dada com a Operação Mar Tirreno”, afirmou o delegado.

Durante as investigações foram identificados dois mandantes, dois executores, um envolvido que ajudou no transporte, as mulheres que participaram da emboscada, além de outros integrantes da quadrilha, que tem por base o bairro Bom Jesus e que atua com tráfico em outros bairros de Porto Alegre.

Conforme o diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), delegado de polícia Mario Souza, o crime organizado sofre um grande golpe por ter autorizado e executado crimes de homicídio com essa crueldade. “O objetivo principal [da Polícia Civil] será a punição das lideranças que ordenaram esse crime”, frisa.

A operação foi batizada com este nome em referência às “sereias”, seres mitológicos que, com seu canto, atraem suas vítimas. O Mar Tirreno, na mitologia grega, era local habitado pelas sereias que seduziam pessoas, atraindo-as para a morte.

Crédito: DCS, Polícia Civil / Divulgação