Para dar andamento em reforma, governo do Rio Grande do Sul transferiu mais detentos da Cadeia Pública de Porto Alegre, o Presídio Central.
Com a transferência de mais 240 presos, terminou a segunda etapa da desocupação do presídio. Segundo o governo do Rio Grande do Sul, na quinta-feira (11) passada, houve a remoção de outros 289 detentos, somando 529. Eles foram levados para a Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul, a Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas, e o Complexo Penitenciário de Canoas.
Conforme o governo do Estado, além disso, em 5 e 9 de maio, ocorreram 253 transferências entre estabelecimentos da Região Metropolitana para o remanejo de vagas. Nos quatro dias de operação, uma das maiores da história do sistema prisional do Rio Grande do Sul, totalizaram-se 782 movimentações.
As remoções, coordenadas pela Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), de forma integrada com as demais forças de segurança, fazem parte do plano de desocupação do estabelecimento para dar prosseguimento às obras de readequação. Na segunda etapa, mais duas galerias foram esvaziadas.
A operação mobilizou mais de mil policiais penais e fez parte de um estruturado plano de inteligência e integração entre as forças de segurança do Estado e outros órgãos. Ao todo, a iniciativa empregou mais de 2,6 mil servidores e 300 viaturas.
A primeira etapa de transferências ocorreu de 21 a 24 de junho de 2022. Nos quatro dias, foram deslocados 555 presos para 12 unidades prisionais na Região Metropolitana e 458 para outros estabelecimentos, totalizando 1.013 movimentações.
Obra
Atualmente, cerca de 50% das obras do presídio estão concluídas, confirmou o governo do Rio Grande do Sul. Em fevereiro, a empresa contratada para a execução dos serviços, a Verdi Sistemas Construtivos, finalizou os primeiros três módulos de vivência, somando 564 vagas.
Iniciada em julho de 2022, a obra conta com um investimento total de R$ 116,7 milhões. A parte externa do presídio terá torres de controle e serviços, que abrangem reservatórios, casa de bombas, central de gás GLP, gerador de água quente, de energia e subestação.
O setor interno terá área construída de cerca de 14 mil metros quadrados, com nove módulos de vivência, onde ficarão as celas e os locais para atividades do cotidiano das pessoas presas – pátio coberto e de sol, áreas para visita e atendimento jurídico.
Para totalizar as 1.884 vagas, o local terá 1.866 coletivas e 18 para pessoas com deficiência. A nova estrutura possui um diferencial no material utilizado na confecção das celas, que é o concreto de alto desempenho com incorporação de fibras de polipropileno.
Essa combinação, quando comparada a obras executadas com materiais convencionais, apresenta maior durabilidade e resistência ao impacto. Isso significa que a integridade da estrutura não será gravemente afetada, mesmo que aconteçam tentativas de depredação por parte dos apenados.
“Outras vantagens desse material utilizado nas celas e nos móveis são a resistência ao fogo, a incombustibilidade e a baixa condutividade térmica. Assim, o risco de início e propagação do fogo pode ser considerado praticamente nulo”, garantiu o governo do Estado.
“A forma como foi concebido o projeto da unidade e o modo de circulação dos servidores penitenciários em passarela sobre o corredor das celas, com todo o controle de operação e abertura das portas de maneira isolada dos detentos, garantem segurança ao sistema operacional”, completou.
“A nova estrutura possibilitará mais dignidade para os servidores e para as pessoas em cumprimento de pena, além de promover o reforço na fiscalização e no enfraquecimento das organizações criminosas, com a utilização de tecnologias como bloqueadores de celular e radares antidrones”, finalizou o governo do Estado.