Porto Alegre suspendeu a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19. O motivo é a falta do imunizante CoronaVac, produzido pelo Instituto Butantan. As últimas doses da vacina foram aplicadas em postos de saúde e em drive-thrus nesta terça-feira.
Nesta terça-feira (27), a maior parte das 30 unidades de saúde esgotaram seus estoques da segunda dose ainda no início da tarde, sem mais doses para reposição. Os três drive-thrus precisaram de um reforço de 2.710 doses que vieram dos hospitais, que disponibilizaram todo o seu estoque, e foram divididas entre os três pontos para manter as atividades.
A falta de vacinas é efeito direto da suspensão na produção do Instituto Butantan há duas semanas, por conta do atraso na entrega do IFA (insumo farmacêutivo ativo), importado da China para produção da Coronavac no Brasil.
Fernando Ritter, diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre afirma que a Capital deveria ter recebido pelo menos 30 mil doses de CoranaVac para aplicação da segunda dose. Mas, na última remessa, chegaram apenas 7.730. O restante foi de vacinas da AstraZeneca/FioCruz, sendo 17.510 para primeira dose e 16.000 para segunda. Esta última destinada principalmente para vacinação dos profissionais em atividade nos hospitais, que foram os primeiros a receber esse tipo de vacina em Porto Alegre.
“Importante lembrar que, embora destinadas ao combate Covid-19, Coronavac e AstraZeneca são vacinas diferentes. Não é possível usar uma para completar a outra. Por isso Porto Alegre seguirá vacinando primeiras e segundas doses dessa e a suspensão envolve somente a vacinação do imunobiológico produzido pelo Butantã”, salienta Ritter.
O diretor lembra que essas serão destinadas para atender esse público que precisa tomar a segunda dose. “Precisamos completar o esquema vacinal para termos a garantia da plena imunização e eficácia de mais de 95% da forma grave do coronavírus, mas quero tranquilizar a população de que a imunização e segurança não será afetada se ela for aplicada após o prazo previsto no cartão de vacinação”, completa Ritter.
Farmácias parceiras voltam a vacinar profissionais dos serviços essenciais somente após a chegada de novas doses em maio. A previsão é que a remessa chegue na próxima segunda-feira (3/5).
Primeira dose
Nesta quarta-feira (28), a vacinação prossegue para quem tem mais de 60 anos e faz a primeira dose. O estoque de vacinas AstraZeneca para a primeira dose é suficiente para manter a vacinação dos idosos com 60 anos ou mais.
Conforme a Prefeitura, não é necessário a formação de filas nos postos de atendimento. O avanço para a próxima categoria a ser vacinada, pessoas com comorbidades, depende da chegada de nova remessa.