Operação Maturin

PF investiga grupo que oferecia "cardápio de drogas" no RS

A ação mobilizou 120 policiais federais para o cumprimento de 20 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul e de SC.

Crédito: Polícia Federal / Divulgação

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (3), uma operação contra uma quadrilha investigada por oferecer um “cardápio de drogas”. A ação mobilizou 120 policiais federais para o cumprimento de 20 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A PF conta com apoio de servidores da Receita Federal, policiais da Brigada Militar e agentes da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários).

A investigação teve início em agosto de 2022, a partir do encontro de um “cardápio de drogas” em investigação da Polícia Federal sobre moeda falsa. Conforme a PF, a a quantidade e diversidade das substâncias oferecidas chamou atenção dos investigadores. Houve a instauração de novo inquérito policial, com foco específico no tráfico de drogas.

A partir dessa descoberta, os policiais descobriram como a quadrilha investigada agia. Os traficantes faziam a venda de entorpecentes através de aplicativos de mensagens e faziam a entrega através de mototaxistas. Os investigados utilizavam codinomes e outros subterfúgios para ocultar suas identidades e, também, dos usuários.

“Mulas” transportavam a droga, que recorriam ao transporte por aplicativos de caronas pagas e aluguéis de imóveis por temporada para operacionalizar a logística do tráfico. O “líder” da organização criminosa foi identificado durante as investigações, assim como houve o mapeamento dos fornecedores e os “laranjas”, que eram usadas para a regularização do dinheiro obtido com o tráfico.

De acordo com a PF, apenas no período de novembro de 2022 a abril de 2023, foram realizadas cinco apreensões de drogas, nas cidades de Santa Maria, Porto Alegre e Gravataí. Foram constatados, ainda, atos de lavagem de capitais, como compra de veículos, imóveis rurais e o uso de empresas de fachada para fingir a origem ilícita dos recursos.

Para realizar a operação desta quinta-feira, a PF solicitou à Justiça Federal a apreensão de bens e valores dos investigados. Entre as ordens judiciais estão sequestros de veículos e imóveis, apreensão de bens e encerramento de empresas de fachada em valor superior a R$ 2,5 milhões. Também foi pedido o bloqueio de valores em contas bancárias.

Os mandados foram cumpridos em Santa Maria, Restinga Sêca, Júlio de Castilhos e Caçapava do Sul. Além disso, houve uma prisão em Arroio dos Ratos, e em Palhoça (SC).

O nome da operação faz referência ao personagem Pennywise, o palhaço do filme “It – A Coisa” (2017), em referência ao codinome do líder da organização criminosa. No filme, Maturin é uma tartaruga colossal que é inimiga do palhaço no universo fantástico de Stephen King.