Operação BET

Polícia apura esquema de manipulação de partidas esportivas

A ação de hoje busca provas dos crimes praticados. A investigação é realizada há mais de um ano.

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (19), a Operação Bet, para apurar um esquema de manipulação de resultados de partidas de futebol. A ação de hoje busca provas do envolvimento de um grupo de empresários, pessoas que se passam por “investidores”, integrantes de comissões técnicas, dirigentes e ex-jogadores nas irregularidades.

A ação é coordenada pelo delegado Gabriel Bicca, que atua na CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais). Segundo ele, o esquema de manipulação ocorria através de sites de apostas. Havia combinação para determinar os resultados de competições amadoras e profissionais do Campeonato Gaúcho, segundo a polícia.

Há a suspeita de envolvimento do grupo em competições de outros estados, além de associação criminosa. A investigação sobre as manipulações são realizadas há mais de um ano.

Vinte ordens judiciais, sendo 11 mandados de busca e apreensão e 9 ordens de busca pessoal, estão sendo cumpridas nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Capão da Canoa, Nova Prata e Pelotas. Foram apreendidos celulares, computadores, documentos. Ainda segundo a Polícia Civil houve, ainda, o fechamento de uma banca de apostas do jogo do bicho.

A ofensiva contou com a atuação de 25 policiais civis em seis viaturas e teve apoio da Delegacia de Polícia de Nova Prata, Draco (Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) de Pelotas, do NOE (Núcleo de Operações Especiais) da Polícia Rodoviária Federal.

A Operação Bet foi deflagrada no Dia Nacional do Futebol comemorado nesta quarta-feira.

Penalidade Máxima

Outra investigação sobre combinação de resultados de partidas de futebol é a Operação Penalidade Máxima, deflagrada em abril em Goiás.

As investigações do MP de Goiás começaram após denúncias contra o time local Vila Nova, quando o volante Romário aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti. Como não foi relacionado, o jogador tentou cooptar colegas, mas a fraude não aconteceu e a história vazou. O próprio presidente do clube, Hugo Jorge Bravo, investigou o caso e entregou as provas para o MP.

Desde então, a operação foi ampliada por conta de novas suspeitas. Os indícios apontam para fraudes em cinco jogos do Campeonato Brasileiro da Série A do ano passado, além dos estaduais de Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul. Na primeira fase, iniciada em fevereiro, havia suspeitas sobre a Série B.

O grupo criminoso atuava para favorecer apostadores de sites a ganharem dinheiro, mas não necessariamente com o resultado final da partida. As manipulações afetavam diversos itens, como um atleta recebendo um cartão amarelo ou vermelho em determinado tempo, um jogador cometendo um pênalti ou até o placar do jogo durante o intervalo. Ainda conforme o MP, os jogadores cooptados recebiam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para cometer esses lances durante as partidas.