Coluna

Poesia | Brisa da ausência

Cheguei ao início

As luzes amarelaram

Como a brasa

Que em mim deixaste

Guardada para fazer-te

Presente na derradeira

Despedida que devia

Somente eu a mim

Já posso enfim

Me desiludir

Me desencantar

Ser só, ser nada

Não ser e ver

Um outro a vagar

Em uma nova fantasia

Entre vultos e

Respirar, ah respirar

Sem precisar das narinas

Pois o ar fresco

Instalou-se

Na sua ausência

Da qual agora

Hei de cuidar

Para que seja

Vazio, pois

Em breve

Será verão

E será preciso

Arejar a alma

Do quarto

Cheguei ao início