A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (25), uma operação referente aos testes irregulares com o medicamento experimental proxalutamida em pacientes com covid-19. Foram cumpridos 4 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e em Brasília.
Os crimes apurados são contrabando, falsidade ideológica e distribuição e entrega de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais a consumo, sem o registro no órgão de vigilância sanitária.
Na última quarta-feira (24), O MPF (Ministério Público Federal) havia ajuizado duas ações civis públicas em que pedia a reparação por dano potencial à saúde e dano moral coletivo aos responsáveis pelo estudo tido como irregular com a proxalutamida no ano passado.
Os procedimentos teriam sido realizados no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre e no Hospital Arcanjo São Miguel, em Gramado, na Serra. Logo após o caso vir à tona, o MPF abriu dois inquéritos para apurar eventual uso irregular do medicamento nos testes.
Agora, veio a ação da Polícia Federal, denominada Operação Duplo-Cego. A PF afirma que a importação do medicamento teria sido autorizada pela Anvisa para pesquisa, mas que as formalidades para a execução do estudo científico estariam em desacordo com as normas da (Conep) Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Também a distribuição, da forma como teria sido realizada, configuraria o crime de contrabando, entre outros que estão em apuração.