RETOMADA 2

Operação combate tráfico de drogas em residencial em Santo Antônio da Patrulha

O local onde ocorre a ação é um residencial do Programa Minha Casa Minha Vida

O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) e a Brigada Militar deflagraram, na manhã desta terça-feira (7), a Operação Retomada 2. O Objetivo é combater o tráfico de entorpecentes e outros delitos associados a esse crime em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte.

O local onde ocorre a ação é um residencial que leva o nome da cidade, popularmente conhecido como Carandiru. O condomínio faz parte do Programa Minha Casa Minha Vida.

Ao todo, foram cumpridos 22 mandados em Santo Antônio da Patrulha, Osório e em Caraá. Em Santo Antônio são três mandados de prisão e 15 de busca e apreensão, dos quais 10 são efetuados no residencial e os demais em outros endereçoes. Dois mandados de busca e apreensão são cumpridos na Penitenciária Modulada Estadual de Osório e outros dois em Caraá.

A ação resultou na prisão de duas pessoas, a partir do cumprimento de mandados, e outras quatro por flagrante de tráfico de drogas. Também houve apreensões de quase 500 pedras de crack, porções de outras drogas, duas espingardas calibres 36, 28 celulares, 10 munições calibre 38.

Segurança às famílias

A Operação Retomada 2 é a continuidade da ofensiva da Brigada Militar e Ministério Público para promover segurança a famílias que habitam os 240 apartamentos do condomínio. Segundo a Brigada Militar, antes dessas ações os moradores viveram momentos de intranquilidade pelos delitos identificados na área. Alguns moradores chegaram inclusive a mudar de residência. 

A BM afirma ter mantido o policiamento na área. Porém, as investigações demonstram que a organização criminosa líder do tráfico continua agindo. A primeira etapa da Operação Retomada ocorreu em agosto do ano passado, para enfrentar o grupo criminoso originário de Canoas, e prendeu 20 pessoas, além de apreender armas, munições e drogas.

“Embora a Operação Retomada tenha conseguido retirar grande parte dos agentes envolvidos no tráfico, sabemos que as facções criminosas sempre buscam restabelecer seu domínio territorial. É o que estava acontecendo, na medida em que novas pessoas ligadas ao grupo atuavam no residencial”, esclarece o promotor de Justiça Camilo Vargas Santana.

O coordenador do Gaeco, João Afonso Silva Beltrame, explica que essa nova fase da operação se mostrou necessária após o avanço das investigações. “Os elementos analisados demonstraram fortes indícios de que os agentes continuavam atuando no condomínio e nos arredores, o que foi determinante para esta nova investida, em que estamos buscando mais provas para responsabilizar outras pessoas”, afirma.

Primeira etapa

O Ministério Público do Rio Grande do Sul e a Brigada Militar em Osório desencadearam a Operação Retomada em 5 de agosto de 2022. Além de armazenar drogas em apartamentos próprios e alugados, o grupo também obrigava moradores, mediante ameaça, a guardarem os entorpecentes, havendo inclusive casos de pessoas que precisaram abandonar seus apartamentos.

A investigação verificou que a facção, comandada por dois irmãos recolhidos na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, trazia a droga de Canoas e a estocava em residências próximas e em apartamentos dentro do residencial. O grupo adquiriu ou alugou cerca de 20 apartamentos, os quais eram utilizados para moradia, fracionamento e armazenamento de drogas. 

A venda dos entorpecentes ocorria em frente ao condomínio, à luz do dia, e os moradores que não colaborassem com essa prática eram obrigados a deixar o local. Além disso, segundo o MP-RS, perpetuava a lei do silêncio, pois os moradores não se sentiam seguros em denunciar os envolvidos com o tráfico de drogas no local, por medo de represálias.