O MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) e a Brigada Militar desencadearam nesta sexta-feira (5), uma operação para desarticular uma organização criminosa que atua com tráfico de drogas. São cumpridos 17 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão em um condomínio residencial do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte do Estado.
As investigações apontaram que os traficantes armazenavam drogas em apartamentos próprios e alugados. O grupo também obrigava moradores, mediante ameaça, a guardarem os entorpecentes. Há casos de pessoas que tiveram de abandonar seus apartamentos.
Chamada de “Operação Retomada”, a ação conta com 232 agentes da BM e do MP, além dos dois promotores de Justiça. “Os investigados fomentam o tráfico de drogas na região, podendo inclusive gerar outros delitos, como furtos e roubos praticados por usuários de entorpecentes, a fim de continuar sustendo o vício, gerando, assim, um grave abalo à ordem pública local”, afirma o promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame.
Dos 17 mandados de prisão, 11 são cumpridos em Santo Antônio da Patrulha, um em Canoas e cinco, com o apoio da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), em penitenciárias de Charqueadas e Osório. Os 40 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Santo Antônio da Patrulha, Canoas, Nova Santa Rita, Charqueadas e Osório. Além disso, o MPRS pediu o bloqueio judicial de 10 apartamentos no condomínio.
Investigação
A investigação verificou que uma facção criminosa trazia a droga de outra cidade, provavelmente de Canoas, e a estocava em residências próximas e em apartamentos dentro do condomínio. A quadrilha é comandada por dois irmãos recolhidos na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas.
O grupo adquiriu ou alugou cerca de 20 apartamentos no residencial em Santo Antônio da Patrulha, os quais eram utilizados para moradia, fracionamento e armazenamento de drogas. A venda dos entorpecentes ocorria em frente ao condomínio, à luz do dia, e os moradores que não colaborassem com essa prática eram obrigados a deixar o local.
Ainda segundo o MP, no local perpetuava a lei do silêncio, pois os moradores não se sentiam seguros em denunciar os envolvidos com o tráfico de drogas no local, por medo de represálias.
Força policial
Pelo Ministério Público, a operação Retomada é conduzida pelos promotores de Justiça Camilo Vargas Santana, de Santo Antônio da Patrulha, e João Afonso Silva Beltrame, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Pela Brigada Militar, lideram a ofensiva os comandantes do CRPO Litoral (Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral), tenente-coronel Ney Humberto Fagundes Medeiros, e do 8º BPM (8º Batalhão de Polícia Militar), major Fábio Hax Duro.