INVESTIGAÇÃO

Operação apura cobranças indevidas de médicos do IPE Saúde

Foi solicitada a suspensão da atividade profissional de dois médicos

Mandados foram cumpridos em Bagé e Cachoeira do Sul – Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22), uma operação para apurar crimes contra a administração pública praticados por médicos credenciados no IPE Saúde. Chamada “Operação Por Fora”, a ação foi coordenada pela 1ª e 2ª Delegacias de Combate à Corrupção do Deic (Departamento Estadual de Investigação Criminal).

Segundo a investigação, os médicos exigiam dos segurados valores além dos repassados pela autarquia pelas consultas e procedimentos médicos. A Polícia lembra que a prática é vedada aos profissionais, havendo, inclusive, expressa disposição em instrução normativa do IPE nesse sentido, considerando a conduta passível de descredenciamento.

Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Bagé e Cachoeira do Sul. Também foi solicitada a suspensão da atividade profissional de dois médicos.

As investigações duraram três meses e iniciaram após o recebimento de denúncias, por meio do próprio IPE, contra médicos credenciados. Entre os materiais probatórios da investigação estão comprovantes de depósitos bancários, via PIX, diretamente para as contas dos profissionais.

Também há relatos de pacientes que tiveram suas cirurgias condicionadas a pagamentos que variavam de R$ 1 mil a R$ 9 mil. Na maioria dos casos, o pagamento era feito em dinheiro, na própria clínica, ou diretamente para os médicos, segundo a Polícia Civil.

Alguns pacientes contraíram empréstimos para terem condições de efetuar o pagamento e terem seus procedimentos médicos realizados. Ainda conforme a Polícia Civil, para justificar as cobranças, os médicos usavam diversos argumentos, como o pagamento de instrumentos operatórios, pagamento de anestesia, aluguel de sala de cirurgia, etc.

A ação contou com a atuação de 18 agentes e dois delegados e teve apoio da 20ª DPRI (Delegacia de Polícia Regional de Cachoeira do Sul) e da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) de Bagé.