Vale do Taquari

MPRS denuncia seis por tentativa de homicídio contra promotor de Justiça

Promotor Jair João Franz chegava em casa quando foi alvo de emboscada. Quinze disparos foram feitos contra o carro onde ele estava.

Atentado ocorreu na noite de quinta-feira passada (17). Crédito: imagens de videomonitoramento

Seis pessoas foram denunciadas pelo MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) pela tentativa de homicídio quadruplamente qualificado contra o promotor de Justiça Jair João Franz, em Teutônia, no Vale do Taquari. Ao todo, foram realizados 15 disparos contra o membro do Ministério Público, no dia 17 de agosto, quando este chegava em casa. Ele foi ferido na ação por um tiro que atravessou o braço e se alojou no abdômem.

Foram denunciados o executor do crime, os dois mandantes, um chefe de facção – que comandou o ataque de dentro da prisão – e a advogada dele, além de três comparsas. Um deles auxiliou no monitoramento, outro deu guarida ao executor e o terceiro forneceu celular e moto.

As quatro qualificadoras da tentativa de homicídio são: motivo torpe, sendo motivada por vingança pelo trabalho realizado pelo promotor, que já havia processado alguns dos denunciados; emboscada, pois um dos criminosos se escondeu em um matagal antes de atacar; recurso que dificultou a defesa da vítima, em razão da surpresa pelos vários disparos; e o emprego de arma de uso restrito, uma pistola 9 milímetros.

Os seis também foram denunciados pelo crime de organização criminosa. “O grupo tinha o fim de vantagem econômica com a exploração do tráfico de drogas, bem assim no comércio ilegal de armas de fogo. Utilizava-se de intimidação por meio de outros delitos para obtenção de domínio territorial, a fim de alcançar o lucro final”, afirma a denúncia do MP.

Caso condenados, a pena de cada um deles pode variar entre 12 e 30 anos de prisão. Quatro deles – o mandante, a advogada, o executor e o comparsa que fez o monitoramento da vítima – estão presos. “Foram efetivadas diversas medidas cautelares, produzindo expressivo arcabouço probatório, que permitiu, não apenas a apuração dos autores deste crime – aqui denunciados –, como a identificação de um grupo criminoso plenamente organizado para fins de cometimento de delitos das mais diversas naturezas, inclusive planejamento e execução de autoridades da Comarca”, afirma a denúncia.