O médico e neurocientista Iván Izquierdo morreu nesta terça-feira, aos 83 anos, em Porto Alegre. Ele foi vítima de uma pneunomia depois de ter contraído a Covid-19. O velório será amanhã, 10 de fevereiro, das 8h às 11h, no Crematório Metropolitano de Porto Alegre.
Izquierdo foi fundador e coordenador do Instituto do Cérebro, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e referência mundial em neurociências, em especial na área da memória.
O reitor da Pucrs, Ir. Evilázio Teixeira define como inquestionável o legado de Izquierdo enquanto pesquisador e formador de gerações de novos cientistas. “Os frutos de seu trabalho seguirão se multiplicando nas áreas do saber em que imprimiu seu nome e produção científica, especialmente na neurociência. A Pucrs se solidariza com sua família, amigos, colegas, alunos e orientandos”, afirmou em nota.
“Estamos todos muito tristes. O professor Ivan Izquierdo colocou no cenário internacional as pesquisas sobre memória. Foi um exemplo de pesquisador e professor que formou e motivou inúmeros neurocientistas. Como idealizador, coordenador e pesquisador do Centro de Memória, embasou as pesquisas da doença de Alzheimer no InsCer e formou jovens neurocientistas. Ivan Izquierdo, um grande homem, um talentoso cientista e um nobre mestre”, afirma Dr. Jaderson Costa da Costa, diretor do Instituto do Cérebro do RS.
Nascido em Buenos Aires, adotou o Brasil como seu país em 1973, ao chegar, primeiramente, em Porto Alegre. Teve passagem por São Paulo, mas desde 1977 morava em Porto Alegre ao lado da esposa, dos filhos e netos. Naturalizou-se brasileiro em 1981. Em 2004, assumiu a coordenação do Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A partir de 2012, ano da criação do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, integrou e coordenou o Centro de Memória da Instituição. Como professor na PUCRS, atuou nos Programas de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica e em Medicina e Ciências da Saúde.
Izquierdo dedicou mais de 60 anos à neurociência, durante os quais publicou cerca de 700 artigos em periódicos científicos com quase 23 mil citações. Considerado um dos maiores pesquisadores do mundo na área de fisiologia da memória, o neurocientista recebeu mais de 60 prêmios e distinções nacionais e internacionais, entre eles, o Grã-Cruz da Ordem do Mérito Científico (1996), Prêmio Conrado Wessel (2007), Prêmio Almirante Alvaro Alberto (2010), Doutor Honoris Causa das universidades do Paraná e de Córdoba, além de Professor Honorário das universidades de Buenos Aires e Córdoba e Professor Emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014). Em 2018 foi laureado com o prêmio Cientista do ano, na área de neurociências, pelo Instituto Nanocell. Ele é também o pesquisador com o maior número de citações acadêmicas da América Latina.