Um médico foi preso em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, na “Operação Doppler” da Polícia Civil nesta terça-feira (12). Segundo as investigações, ele é suspeito de cobranças indevidas sobre exames de imagens ginecológicas contra o IPE Saúde.
Foram cumpridas seis ordens judiciais de busca e apreensão. São investigados os crimes de peculato e falsidade ideológica. A situação chegou ao conhecimento da 1ª DECOR (Delegacia de Combate à Corrupção) por meio de notícia-crime encaminhada pelo próprio IPE, dando conta de possível fraude envolvendo médicos credenciados à autarquia.
Segundo o delegado Max Otto Ritter, responsável pela investigação, os médicos eram atuantes em Bento Gonçalves. Eles estariam realizando cobranças indevidas ao instituto de saúde estadual sobre exames de imagens ginecológicas supostamente realizados em integração de procedimentos com consultas na área da ginecologia.
Os policiais civis conseguiram rastrear a ação dos graduados em saúde. Uma secretária também é investigada por participar no esquema de fraude. O esquema confirmado pela polícia consistia em tentar atribuir às pacientes de consultas ginecológicas diversos tipos de exames de imagens que não eram realizados, mas que eram cobrados do IPE Saúde.
As apurações indicaram pelo menos outros 22 outros casos, conforme depoimentos coletados na DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) de Bento Gonçalves. “Na hora da consulta, elas [as pacientes] entregavam a carteirinha para a secretária e esse documento era passado para a realização de exames de outras especialidades, não daquelas que elas estavam consultando no momento. Em alguns casos, o mesmo cartão foi usado ao menos 10 vezes para exames de imagem. As pacientes relataram que nunca fizeram esses procedimentos”, aponta Ritter.
O médico preso foi encaminhado ao sistema prisional após os cumprimentos das formalidades legais na DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento) de Bento Gonçalves.