Uma pesquisa analisou os níveis de poluentes atmosféricos durante o lockdown aderido pela Prefeitura de Pelotas. O estudo foi realizado por mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da FURG (Universidade Federal do Rio Grande).
O protocolo de isolamento total do município suspendeu as atividades não essenciais entre às 20h de 8 de agosto até às 12h do dia 11 de agosto.
Os pesquisadores da FURG, liderados pelo professor Flavio Rodrigues, monitoraram cinco poluentes durante 30 horas. “Entre domingo e segunda-feira, 9 e 10 de agosto, por meio de dados coletados de satélites.”
De acordo com o professor, mesmo considerando as variações diárias, os níveis de alguns poluentes reduziram ao longo do período de restrição de atividades.
A pesquisa apontou que as concentrações de ozônio, monóxido de carbono e material particulado reduziram 30%, 12% e 32%, respectivamente. Os resultados mostram que, além de redução as chances de transmissão do vírus, medidas de restrição de mobilidade também são importantes para melhorar a qualidade do ambiente.
“Dados como estes mostram como o uso de veículos automotores e a circulação das pessoas nas cidades impactam o meio ambiente”, afirmou Rodrigues. “E deveriam ser usados para uma reflexão sobre o uso excessivo de meios de transporte, sobretudo os automóveis”, completou.
Níveis
Na análise, os pesquisadores também puderam observar que os níveis de dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre não foram afetados pelo lockdown.
Segundo os pesquisadores, a redução das concentrações destes dois poluentes tem sido relatada em outros lugares do mundo durante os períodos de lockdown.