O estado do gramado do Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, beirava o impraticável na noite desta segunda-feira (16). Devido às chuvas que assolam o RS, o campo estava repleto de poças, que viriam a travar o ir e vir da bola durante toda a partida. E justo hoje, quando o Juventude tinha uma espécie de “final” contra o Sport, uma disputa direta pela consolidação dos clubes do G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro.
No fim, os comandados de Thiago Carpini não conseguiram repetir o rendimento responsável pela volta por cima do time na competição. O jeito, de ambas as partes, foi apelar para os chutões, que paravam na água, afetando a trajetória da corrida dos atletas de forma abrupta. De certa forma, a falta de técnica foi compensada por um espetáculo de entrega de dois times dispostos a sair com a vitória.
A partida ficou no 2 a 2. Os dois gols do Juventude tiveram participação direta da principal liderança técnica do time, o veterano Nenê. O primeiro saiu logo aos 14 do primeiro tempo. O camisa 10 cobrou falta na cabeça do zagueiro Danilo Boza, que testou para as redes. A torcida foi à loucura no Jaconi, embalada pela disposição da equipe em superar as dificuldades do adversário e do clima.
Mas até Nenê aparecer novamente, o Juventude passaria por maus bocados. A chuva deu uma trégua e o Sport se animou. Ainda aos 40, veio o empate. De novo em uma falta cobrada na área, a zaga do Juventude rebateu e, na sobra, Alan Ruiz acertou um belo chute. O goleiro Thiago Couto, que mais tarde seria um dos nomes da partida, nada pôde fazer.
Para piorar, antes que o primeiro tempo acabasse, logo aos 43, o árbitro foi ao VAR e viu mão na bola de Zé Marcos dentro da área em uma disputa com o atacante do Sport. Pênalti. Na cobrança, Vagner Love foi passo a passo até a bola, esperando uma definição que não veio de Couto, e bateu fraco. O goleiro do Juventude saltou no tempo certo e agarrou. Juventude vivo na partida.
Segundo tempo
Na etapa final, a batalha nas águas seguia, desafiando a resistência física de ambos os lados. Também era difícil fazer qualquer análise mais tática do jogo, já que as estratégias eram nitidamente voltadas para vencer as poças. Mas o mais importante era que o Juventude queria vencer. E o gol veio, novamente quando reapareceu Nenê. Aos 16, ele cobrou nova falta na área e dessa vez o atacante Gabriel Taliari fez de cabeça.
Agora era questão de segurar o Sport, que não queria saber de perder. A equipe pernambucana insistiu, até que já próximo do fim, Edinho venceu o defensor e chutou na saída de Couto, que a esta altura já havia feito uma série de defesas. E a virada quase veio, também com Edinho, no lance seguinte. Porém o juiz viu falta no lance anterior e o que seria o terceiro do Sport acabou invalidado. A decisão do árbitro gerou discussão após a partida, mas o resultado estava decretado.
Situação e próximo jogo
Com o resultado, o Juventude vai a 55 pontos e é o quarto colocado. Logo, hoje estaria classificado para a Série A. O líder Vitória já está distante seis pontos. Por isso, a atenção dos jaconeros está voltada também para quem vem em seguida na tabela. A distância da equipe gaúcha para a parte de fora do G-4 é de apenas um ponto. O próximo jogo do Juventude pela Série B é contra o Londrina, novamente no Alfredo Jaconi, sábado (21), às 18h.