A 4ª Câmara Criminal do TJ-RS (Tribunal de Justiça do RS) decidiu pela prorrogação do afastamento do prefeito de Canoas, Jairo Jorge, do exercício das funções públicas por mais 180 dias. Ele foi um dos alvos da operação Copa Livre, que investiga contratações diretas, com dispensa de licitações, promovidas pela prefeitura de Canoas a partir de janeiro de 2021.
A decisão também atinge a outras quatro pessoas, Maicon de Barros Lemos, Fábio Ramos Cannas, Régis de Oliveira Júnior e Danilo de Azevedo Costa. Jairo Jorge está afastado das suas funções como administrador do município desde que a operação foi deflagrada, em 31 de março deste ano. O vice-prefeito Nedy de Vargas Marques (Avante) é o prefeito em exercício desde então.
Na visão dos procuradores Ricardo Felix Herbstrith e Marcelo Dossena Lopes dos Santos, do MP-RS (Ministério Público do RS), o prefeito afastado cometeu crime em razão da promessa e do recebimento das vantagens indevidas. Caberá à Justiça julgar as provas colhidas no processo. O grupo estaria envolvido nos crimes de peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, supressão de documento, bem como fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo o MP, os contratos investigados somam R$ 66,7 milhões. Entre eles, está um que trata da gestão do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, outro sobre a prestação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a contratação de serviços de limpeza e copeiragem. O Ministério Público diz que esses contratos eram “claramente direcionados” a empresas e entidades “previamente definidas pelo grupo criminoso investigado, visando o enriquecimento ilícito dos integrantes”.