PRÉDIO HISTÓRICO

Justiça concede à Prefeitura de Porto Alegre posse do prédio da Confeitaria Rocco

A Confeitaria Rocco era o local privilegiado dos encontros da sociedade rio-grandense.

Foto: Sandra Denardin/PMPA

A Justiça concedeu à Prefeitura de Porto Alegre a posse do prédio da antiga Confeitaria Rocco, que fica localizado no Centro Histórico da Capital.

A prefeitura tomou posse na manhã desta sexta-feira (20). “A Procuradoria-Geral do Município havia ajuizado a ação de desapropriação, pedindo a expedição do mandado de imissão de posse, em caráter liminar e sob regime de urgência, dado o precário estado de conservação do imóvel, declarado de utilidade pública pelo Decreto 22.041, de 21 de junho deste ano”, informou a prefeitura.

“Na ação, o Município depositou preliminarmente em juízo o valor de R$ 4.022.150,74. Em outubro do ano passado, o imóvel foi avaliado em R$ 4.455.000, porém possui dívidas de IPTU em execução fiscal no valor total de R$ 432.849,26”, completou.

Restauração 

A decisão, proferida pela juíza Silvia Muradas Fiori, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, permitirá ao município proceder com as ações de restauro.

“Serão conduzidas pela Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, bem como planejar a modelagem pertinente para que o bem recupere sua função social junto à população, o que será feito por meio da Secretaria Municipal de Parcerias”, afirmou a prefeitura.

História

Conforme a prefeitura, o projeto do prédio foi elaborado pelo arquiteto e construtor Salvador Lambertini, que faleceu em 1911. A obra foi concluída pelo arquiteto Manuel Itaqui Barbosa Assunpção, inaugurada em 20 de setembro de 1912.

“Pertenceu a Nicolau Rocco (1861-1932), natural da Itália, antigo funcionário da famosa confeitaria El Molino, de Buenos Aires. A área total do imóvel é de 1,560 mil metros quadrados distribuídos em quatro pavimentos”, disse a prefeitura.

A Confeitaria Rocco era o local privilegiado dos encontros da sociedade rio-grandense, tanto pela localização e qualificação do imóvel, quanto pela qualidade dos doces.

A decoração do interior do prédio era luxuosa, com tampos de mármore, entalhes de madeira, pinturas murais de grandes dimensões e iluminação cenográfica.

“Frequentaram seus salões, entre outros, os presidentes Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra e o poeta Mário de Andrade”, ressaltou a prefeitura.