A mobilização para conter o avanço do novo coronavírus no Rio Grande do Sul ganha um novo aliado.
A partir de uma parceria com as principais empresas de telefonia celular – Claro, Oi, Tim e Vivo –, o governo do Estado terá acesso a dados agregados e não individualizados sobre deslocamento populacional, em tempo real, nas diferentes localidades do território gaúcho.
“O objetivo é ter insumos para a tomada de decisões estratégicas no combate à pandemia”, ressaltou o governo. O acesso da base de dados das operadoras é limitado a pessoas específicas e foi liberado nesta quarta-feira (6).
As informações serão geradas a partir de dados da rede móvel das diferentes operadoras. Elas permitirão acompanhar a mobilidade populacional e identificar situações de aglomeração de pessoas que, segundo as autoridades sanitárias, representam os maiores riscos de contaminação pela covid-19.
“Sem qualquer custo para o Estado, o termo de cooperação técnica com as empresas que atuarão em parceria foi firmado no final de abril”, disse o governo.
O governador Eduardo Leite ressaltou, durante transmissão ao vivo pela internet nesta quarta, o quanto a disponibilidade de dados a partir das redes móveis poderá auxiliar nesse momento.
“Certamente teremos um conjunto de informações que serão importantes para respaldar futuras medidas que precisaremos adotar. Desde o início da nossa mobilização diante da pandemia, as ações que implementamos sempre se basearam em indicadores, em evidências científicas, ao que agora se soma o acompanhamento da mobilidade por meio das antenas de celular”, acentuou Leite.
Mapa
As informações serão apresentadas em um modelo de “mapa de calor” que indica maior ou menor concentração populacional por localidade, em diferentes períodos.
Os dados que serão consultados estarão em nuvem pública (Data Lake) e organizados de forma agregada, estatística e anônima, de acordo com as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e do Marco Civil da Internet.
“Esse é um aspecto que é necessário frisar para a sociedade: o sigilo pessoal estará assegurado. Não nos interessa saber sobre o comportamento de cada pessoa. O que precisamos acompanhar é a aglomeração de pessoas, o quanto determinados comunidades nos municípios ou até em bairros menores deixam suas casas e com qual frequência”, acrescentou o governador.