A Polícia Civil do Rio Grande do Sul e corporação homóloga de Santa Catarina deflagraram, nesta segunda-feira (29), uma operação para desarticular uma organização criminosa interestadual que praticava, entre outros crimes, o “Golpe dos Nudes”. Também são investigados delitos de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas de fogo, extorsões e corrupção de menores.
Até o último balanço da polícia, 32 pessoas haviam sido presas em um total de 41 mandados de prisão. Também ocorrem 30 mandados de busca, dois de sequestro judicial e 25 bloqueios de contas bancárias.
No Rio Grande do Sul, a operação policial ocorreu nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé; No estado de Santa Catarina, as ações ocorrem nos bairros Ingleses e Carianos, localizados na cidade de Florianópolis.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, as investigações chegaram à organização criminosa a partir da prisão em flagrante de um indivíduo, no município de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Com ele foi apreendida uma pistola Taurus, G2c, calibre.9mm e um veículo Mercedes-Benz, avaliado em R$160 mil.
A polícia contatou que o grupo tinha base nas zonas leste e sul de Porto Alegre. Mas foram encontradas ramificações no estado de Santa Catarina.
A ação foi denominada “Operação Cantina” porque um dos líderes da organização, que se trata de um dos braços de uma das facções criminosas de maior atuação no RS, já esteve preso em presídios da Capital, onde exerceu a função de cantineiro. Ele fez diversos contatos com faccionados. ]
O “golpe dos nudes”
O “golpe dos nudes” era arregimentado por ele, uma vez em liberdade, juntamente com outros criminosos, geralmente recolhidos. O grupo entrava em contato com homens de classe média/alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens, em redes sociais para obter fotografias das vítimas nuas.
A partir de então, começavam as extorsões. Os criminosos se passavam inclusive por delegados de Polícia.
Receptação e tráfico
A segunda etapa do esquema era a receptação do produto das extorsões por pessoas também aliciadas pela organização. Essas pessoas pulverizavam o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo criminoso, até que o dinheiro voltasse para os responsáveis pelas extorsões.
Os valores retornavam para os líderes, segundo a Polícia Civil, sustentando luxos deste e de seus familiares, e também eram distribuídos para outros criminosos. A maioria deles eram presos e que usavam do dinheiro para obterem regalias nas cantinas dos estabelecimentos prisionais.
Além de todos esses fatos criminosos, parte do lucro da organização criminosa retroalimentava o tráfico de drogas e de armas, diz a Polícia.