Operação Protector

Polícia ataca quadrilha que praticava extorsão com "golpe dos nudes"

Idoso teve prejuízo de mais de R$ 100 mil, após contrair diversos empréstimos e transferir um carro para os criminosos.

Mandados foram cumpridos também no Presídio Estadual de São Leopoldo. Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil atacou mais uma quadrilha responsável por extorsões mediante ameaça que utilizavam o “golpe dos nudes”. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Nova Hartz, Parobé e Sapiranga, no Vale do Sinos.

Ao todo, oito criminosos praticavam os crimes. Os alvos dos mandados são os domicílios dos investigados e o Presídio Estadual de São Leopoldo, onde o “líder” da quadrilha está preso.

O “golpe dos nudes” acontece quando o grupo entra em contato com homens de classe média/alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens, em redes sociais para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, começam as extorsões alegando que a mulher era menor de idade, que ela internada “está com depressão”, que “tentou cometer suicídio”. Os criminosos se passam por pais da suposta menor e, inclusive, por delegados de Polícia. Os criminosos exigem dinheiros para “não abrirem um inquérito” ou a título de “indenização”.

Segundo a investigação, uma das vítimas da organização criminosa é um idoso. Ele teve um prejuízo de mais de R$ 100 mil, contraindo diversos empréstimos para pagar os valores exigidos pelos criminosos. O idoso chegou, também, a transferir seu veículo para um dos integrantes da quadrilha.

Mesmo com todo o prejuízo, as extorsões não acabaram. O idoso buscou ajuda em uma Delegacia de Polícia pedindo proteção e dois criminosos, que buscavam retirar mais dinheiro do homem, foram presos em flagrante.

Durante mais de seis meses a quadrilha foi alvo de investigação da Delegacia de Polícia de Nova Hartz. Oito criminosos do grupo foram identificados. Quem organizava toda a dinâmica é um de apenado do Presídio Estadual de São Leopoldo.

Segundo as investigações, para a prática dos crimes, ele contava com o apoio logístico de indivíduos que assediavam e faziam o recolhimento dos valores exigidos. A organização criminosa também tinha “laranjas”, indivíduos sem antecedentes criminais, que forneciam seus dados bancários para o recebimento de vantagem indevida.

Segundo a delegada Ariadne Moraes Langanke, boa parte das vítimas sofre silenciosamente as extorsões cometidas pelos criminosos. “Tal crime inflige grave sofrimento e apreensão nas vítimas, levando-as ao endividamento financeiro, à perda de patrimônio, à depressão e, em alguns casos ao suicídio, como medida extrema”, destaca a delegada.

Ela pede que as pessoas que estejam sendo alvo desse tipo de ação entrem em contato com a Polícia Civil. Os policiais promover o devido acolhimento e iniciar as pertinentes investigações de maneira que se identifique e se responsabilize criminalmente os autores das extorsões, cessando os crimes. Conforme a delegada Ariadne, é possível adoção de medidas cautelares, caso seja necessário.

“Fundamental também que as vítimas efetuem o bloqueio dos contatos criminosos e não cedam às chantagens, haja vista que, uma vez feito qualquer tipo de repasse de valores aos criminosos, como suposta indenização, as extorsões jamais param, sempre havendo um subterfúgio para mais cobranças”, alerta a policial.

Qualquer informação pode ser repassada para a Delegacia de Nova Hartz pelo telefone (51) 3565-1382 ou WhatsApp (51) 9 8443-6749, garantindo-se o sigilo da informação.