Economia

Fitch melhora nota de crédito do Brasil e aponta perspectiva estável

País está a dois estágios de voltar ao "grau de investimento". Fitch cita a agenda do governo Lula 3 sendo "mais liberal" e "pragmática" que governos anteriores.

Shashank457, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito soberano do Brasil para o patamar “BB”. É a primeira mudança de patamar desde 2018, ainda no governo Michel Temer, quando a nota foi rebaixada para “BB-“. Com a alteração de status, o País está a dois estágios de integrar o time de países que pertencem ao “grau de investimento”.

A Fitch atribuiu a mudança a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado em meio a sucessivos choques nos últimos anos. O relatório aponta que as medidas econômicas e reformas indicam uma perspectiva melhor sobre a dívida pública brasileira.

“Apesar das persistentes tensões políticas desde o rebaixamento de 2018, o Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais. O novo governo de Lula defende um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores”, diz a agência, que complementa: “A Fitch espera que o pragmatismo e os freios e contrapesos institucionais mais amplos evitem desvios radicais de macro ou micropolítica, enquanto o governo também está buscando iniciativas para apoiar o setor privado”, aponta.

Outro ponto destacado pela Fitch é o governo Lula 3, que “tem conseguido garantir a governabilidade e avançar em sua agenda política”. A agência destaca que a posição fiscal do Brasil se deteriorou em 2023, mas a perspectiva é que as “novas regras fiscais e medidas tributárias ancorem uma consolidação gradual”. A Fitch cita a agenda do governo Lula 3 sendo “mais liberal” e “pragmática” que governos anteriores.

O Ministério da Fazenda fez uma nota em que destacou as ações para estabilizar a economia brasileira. “A decisão da agência corrobora os esforços empreendidos pelo governo para fortalecer o ambiente econômico e promover a consolidação fiscal”, diz o texto.

“A melhora no rating leva em consideração não apenas ações já ocorridas, mas também a expectativa quanto à capacidade e vontade do país de prosseguir com a agenda de reformas econômicas. Destaque para a Reforma Tributária, que está em tramitação no Congresso Nacional e que enfrenta um dos maiores gargalos de competitividade do Brasil, simplificando um sistema altamente complexo e eliminando distorções que alimentam a má alocação de capital”.