CULTURA

Biblioteca Pública do Estado faz exposição em homenagem a Machado de Assis

A mostra vai de 15 de junho a 26 de agosto e tem curadoria de Cláudia Antunes

Retrato mais conhecido do escritor, recuperado com programa digital – Foto: Divulgação BPE

A BPE (Biblioteca Pública do Estado), instituição da Sedac (Secretaria da Cultura), terá a exposição “Singular ocorrência: os 184 anos de Machado de Assis”. A mostra vai de 15 de junho a 26 de agosto e tem curadoria de Cláudia Antunes. Ela é jornalista, doutora em Letras e, em 2018, ganhou o prêmio Açorianos na categoria Arte Educação com a exposição O Museu Desmiolado.

A exposição, montada na Sala Borges de Medeiros, exibirá as primeiras edições do escritor, documentos sobre sua vida e obra, uma revisão da crítica literária sobre Machado e uma variedade de iconografia. A biblioteca de Machado de Assis será recriada a partir dos trabalhos de Jean Michel Massa e José Luís Jobim.

A BPE reuniu alguns dos títulos que fizeram parte da biblioteca do escritor, e que foram lidos no idioma original. Dentre eles, estão Eça de Queiroz, Shakespeare, Edgar Allan Poe, Luís Vaz de Camões, Miguel de Cervantes, Victor Hugo, Honoré de Balzac, Dante Alighieri, Gregório de Matos e Gonçalves Dias.

A mostra também apresentará a faceta de tradutor do escritor. Machado traduzia francês e inglês, e estudava grego e alemão. Entre os títulos traduzidos por Machado estão o poema O corvo, de Edgar Allan Poe, e Os trabalhadores do mar, de Victor Hugo.

O nome da exposição remete ao conto Singular ocorrência, publicado em Histórias sem data, pela editora Garnier, em 1884, três anos depois de Memórias póstumas de Brás Cubas. O nome foi escolhido a partir da premissa de que Machado foi um autor singular na história da literatura brasileira.

A exposição estará aberta de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h, com entrada gratuita. Visitas guiadas podem ser agendadas pelo e-mail [email protected].

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Era filho de uma família pobre, descendente de negros alforriados e de uma portuguesa da Ilha de São Miguel.

Retratado erroneamente por décadas como branco, o maior escritor da literatura brasileira era negro. Em 2018, a faculdade paulista Zumbi dos Palmares criou a campanha “Machado de Assis real”, manipulando, por meio de programa digital, o retrato mais conhecido do escritor para recuperar o que seria a sua verdadeira aparência. Essa imagem será mostrada na exposição, além de outras que fazem parte de sua iconografia.

Transitou por vários gêneros literários: teatro, crônica, conto, poesia e romance. Atuou como jornalista e crítico literário, e trabalhou, paralelamente, como servidor público.

Sua obra foi de fundamental importância para a literatura brasileira e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público, tendo sido traduzida para mais de 35 idiomas e adaptada para cinema, teatro, quadrinhos e outros formatos.