A Polícia Federal deflagra, na manhã de hoje (14), a Operação Infidele, para apurar fraudes em ações trabalhistas. Um escritório de advocacia e uma empresa de perícias contábeis são investigados por atuarem, em cumplicidade, contra os interesses dos clientes.
São investigados os crimes de patrocínio infiel, estelionato e apropriação indébita em reclamatórias trabalhistas. Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Porto Alegre (6), Canoas (2) e Xangri-lá (1).
A investigação teve início a partir de comunicação da Justiça do Trabalho de Porto Alegre à Polícia Federal. Conforme as informações, o escritório do advogado Alessandro Batista Rau, que, segundo a PF, estaria atuando em contrariedade ao interesse de seu cliente em ação trabalhista.
A denúncia aponta que, mediante prestação de informações falsas, foi realizada um contrato de cessão dos seus créditos judiciais para uma empresa de perícias contábeis, a Pertto Perícias. O pai de Alessandro, Carlos Roberto Rau, consta como sócio-administrador da empresa.
A investigação realizada pela Polícia Federal indica que as fraudes estariam sendo replicadas em inúmeras outras ações trabalhistas.
A Justiça Federal determinou medidas cautelares de bloqueio de bens e valores, a suspensão do exercício de atividade profissional de advogado por parte de Rau, determinou que ele não pode se ausentar do país e que deve fazer uso de tornozeleira eletrônica para monitoramento como parte da investigação.
O nome da operação refere-se ao termo francês “infidèle”, que significa infiel, como referência a um dos tipos penais investigados e em razão das constantes viagens realizadas pelo principal investigado à França.