A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul comunicou que conseguiu a absolvição de um homem injustamente preso por tentativa de homicídio e porte ilegal de armas.
Segundo a Defensoria Pública, o suposto crime teria acontecido em janeiro de 2018, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O homem foi acusado de alvejar um policial militar, ele passou um ano e um mês em detenção.
Troca de tiros
Morador de São Leopoldo, no Vale do Sinos, na noite de 22 de janeiro, o homem visitava o apartamento de sua mãe, com sua esposa e três filhos pequenos. O mais velho brincava com vizinhos no andar térreo.
Por volta das 23h50, iniciou-se uma troca de tiros entre policiais e criminosos nas dependências do condomínio. Com o cessar fogo, o casal foi buscar a criança. Enquanto retornavam ao apartamento, policiais entraram no prédio, pararam, revistaram e reconheceram o homem que, apesar das negativas suas e das testemunhas, acabou sendo levado para a delegacia.
Conforme a Defensoria Pública, com ele, foi registrado a posse de uma pistola 9mm, cartuchos de munição, e uma balaclava.
Busca por justiça
Da delegacia, o homem foi encaminhado preventivamente para a Cadeia Pública de Porto Alegre, onde ficou preso durante um ano e um mês. Após diversos pedidos da Defensoria Pública, conseguiu-se que respondesse o processo em liberdade, com apresentações periódicas à Justiça.
Na investigação do caso, a Defensoria Pública solicitou a realização de exames de DNA e perícia dos objetos apreendidos.
“A análise dos materiais genéticos não encontrou coincidência entre o acusado e os artefatos em questão. Com a insuficiência de provas, o homem foi considerado inocente e absolvido no Tribunal do Júri nesta quinta-feira (1)”, afirmou a assessoria da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul.
A instrução do processo foi realizada pelo dirigente do Núcleo de Defesa Criminal da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, Andrey Regis de Melo, e o júri foi conduzido pela defensora pública Maína Ribeiro Pech.
De acordo com Maína, depois de cinco anos em litígio e prisão injusta, hoje o homem tenta retomar sua vida pós-trauma.
“Apesar das perdas irreparáveis, psicológicas e temporais, trabalha como pintor e vive em outro município, com sua esposa e filhos.”