O tempo move-se em ciclos, onde o passado volta e o futuro se despede. Estes períodos têm, simultaneamente, componentes físicos, mas algo de humanos os atravessa também.
Físicos porque parece ser da estrutura da relação entre tempo e matéria fazer com que nada dure para sempre. A única certeza é a da mudança. Constante devir.
Mas humanos porque é do nosso modo pensar e viver realizar recortes, às vezes arbitrários, de durações na história. Somos assim para poder dar sentido às nossas vidas.
Em algumas situações é hora de deixar o que passou para trás e encarar o que há de vir. É assim com as estações, e é assim no Futebol, o tema desta crônica.
O ciclo se cumpriu?
O Inter enfrentou o Santos, neste sábado (1º), no Beira-Rio, já distante da briga por título em 2022. A questão agora é de garantir a vaga na Libertadores do ano que vem e também projetar a próxima temporada.
Um dos assuntos da semana, e que devem permanecer nos noticiários até o fim do ano, foi Edenilson. No jogo passado, contra o Bragantino, o jogadores foi o mais vaiado no empate contra a equipe paulista.
Edenilson foi eleito por parte da torcida como um símbolos dos últimos anos sem conquistas do Colorado. Prestes a completar 300 jogos pelo Inter, ele é o remanescente do ciclo anterior no Inter, do grupo que começou a ser moldado após a queda para a Série B, em 2016.
Apesar do acesso, desde então o Inter não venceu títulos de expressão e se frustrou mais de uma vez em situações em que a conquista esteve próxima.
E isso pesa contra o camisa 8. Edenilson é um grande jogador. Um dos melhores do grupo do Inter. Mesmo assim, é difícil saber do futuro e se a percepção do fim desse ciclo é algo real ou uma arbitrariedade humana.
A única certeza é que há algo de diferente em nossa atmosfera. Ares de primavera.
O jogo
Apesar da distância do título, o Inter começou bem e apoiado por bom público, de mais de 30 mil pessoas. O Colorado teve um gol de Moledo anulado por impedimento, logo aos 2 minutos.
Depois, o jogo seguiu disputado até que, aos 23, Bustos tabelou com Maurício e cruzou para área. De Pena entrou livre e chutou no canto. Inter em vantagem.
O primeiro tempo voltaria a ter chances próximo do fim. Aos 40, Ângelo chutou de perna esquerda e Keiller fez boa defesa. Depois, aos 43, Bustos recebeu sozinho, mas chutou por cima.
Segundo tempo
O Inter entrou mais defensivo no segundo tempo. Aos 16, Johnny sentiu lesão e foi substituído por Liziero. O jogo seguiu com uma série de alterações, mas sem grandes chances de gol.
O fim da partida seria reservada a atuação número 300 de Edenilson com a camisa do Inter. Ele entrou no lugar de De Pena, aos 43. Mas não houve tempo para mais gols. Entre vaias e aplausos, fica aberto o fechamento da história de Edenilson no Inter.
Situação e próximo jogo
Com o resultado, o Inter vai a 53 pontos e volta a ser vice-líder, ultrapassando o Fluminense. O próximo jogo do Inter é contra o Flamengo, no Maracanã. A partida será realizada na quarta-feira (5), às 21h30.
Escalações
Inter
Keiller; Bustos, Vitão, Moledo e Renê; Gabriel, Johnny (Liziero), De Pena (Edenilson); Mauricio (Alan Patrick), Alexandre Alemão (Romero), Pedro Henrique (Gustavo Maia) – 4-5-1– Técnico: Mano Menezes.
Santos
João Paulo; Nathan Santos (Auro), Luiz Felipe, Eduardo Bauermann e Lucas Pires; Camacho (Sandri) Carlos Sánchez (Edcarlos); Ângelo (Lucas Braga), Luan (Lucas Barbosa), Soteldo; Marcos Leonardo –4-5-1– Técnico: Orlando Ribeiro.
Arbitragem
Arbitragem: Ramon Abatti Abel (SC)
Auxiliar: Eder Alexandre (SC)
Auxiliar: Gizeli Casaril (SC)
VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ)