REGIÃO CENTRAL

No mês da consciência negra, vereador de Cachoeira do Sul diz não considerar Brasil um país racista

Na fala, alvo de críticas nas redes sociais, o parlamentar criticou que uma frase da conhecida filósofa negra estadunidense Angela Davis fosse ensinada nas escolas

Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Uma fala de um vereador gerou uma onda de críticas nas redes sociais, nesta terça-feira (21), em Cachoeira do Sul, na Região Central do RS. Durante sessão da Câmara, o parlamentar Felipe Faller questionou a conhecida frase da Filósofa negra Angela Davis que afirma “Em uma sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”.

“Eu acho isso aqui (sic) pesado para ensino fundamental e talvez até para ensino médio. Dizer que uma sociedade é racista acho que é pesado. E eu discordo do Anibal (Luiz Anibal Vieira Machado, suplente da Secretaria Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho da Nova Central Sindical de Trabalhadores). Porque tem um monte de gente aqui hoje e eu tenho certeza que nenhum aqui é racista”, disse, após mostrar a frase de Davis ao demais.

E ele ainda disse: “Eu quero saber que idade tem essas crianças, se isso partiu da Smed, ou se é estadual. Vou estar entrando também com pedido de informações junto à coordenadoria de educação”, disse.

Faller é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas eleições presidenciais. Sua fala, assim que divulgada, gerou uma onda de críticas nas redes sociais.

No último dia 20 de novembro, comemora-se no Brasil o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data é feriado em mais de mil cidades brasileiras e uma referência à morte de Zumbi de Palmares, negro pernambucano que nasceu livre e foi escravizado aos seis anos de idade.

Durante o mês, são realizadas em todo Brasil atividades de conscientização em instituições de educação e outros serviços públicos oferecidos à população. A intenção, além de afirmar a identidade negra, é conscientizar quanto a diversos aspectos seja do passado, como as marcas da escravidão, como também a atualidade da opressão, seja na relação deste contingente do povo brasileiro com o Estado, seja nas demais desigualdades vistas nas relações econômicas.