A “CPI da Covid” começou hoje (27) no Senado Federal. E, nas primeiras horas da comissão parlamentar de inquérito, já foi possível ver que a base aliada do governo não está unida. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), criticou a “ingratidão” do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que manteve a instalação da comissão.
Além de tensões internas, o governo tem dificuldades com aqueles parlamentares que não se consideram alinhados ao governo. Caso do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). Ele já usou o espaço de fala que a função de relator lhe possibilita para disparar contra o governo. Criticou o negacionismo e disse que pretende apurar de forma “imparcial” se há ou não responsáveis no governo pelas mortes por covid-19 no Brasil.
Será de Renan a responsabilidade de elaborar o plano de trabalho da comissão, criar os cronogramas e, por fim, elaborar o documento final da CPI. Com este relatório, será possível solicitar o indiciamento de membros e ex-integrantes do governo via órgãos externos ao parlamento.
O governo fez o que podia para evitar a escolha de Renan para relator. Foi obtida até mesmo uma liminar na Justiça Federal para removê-lo do cargo. No entanto, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) derrubou a liminar na manhã de hoje (27). O argumento dos governistas foi considerado extremamente frágil por parte de setores da oposição.
A comissão pretende apurar supostos crimes, erros e omissões cometidos pelo Governo Federal na condução do combate à pandemia de coronavírus. No início, a investigação foca na compra de vacinas pelo governo e a atuação do ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello.