A 1ª Delegacia de Polícia de Canoas deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27) a Operação Extorsor. Os alvos da Polícia Civil são criminosos que extorquiam moradores e trabalhadores do bairro Mathias Velho, em Canoas, na região metropolitana.
São investigados crimes de extorsão e associação criminosa armada. Foram cumpridas 16 ordens judiciais, sendo 6 prisões temporárias e 10 mandados de busca e apreensão. Destes, 14 na cidade de Canoas e 2 em penitenciárias estaduais de Porto Alegre e Montenegro. Cinco pessoas foram presas.
Ao todo, são investigados pela Polícia Civil seis diferentes fatos criminosos, todos ocorridos nos últimos meses no bairro Mathias Velho. Os criminosos cometiam as ações a partir de dívidas inexistentes ou já pagas para agiotas.
Conforme o delegado Marco Guns, os integrantes da célula criminosa investigada criaram a figura do “fiador de dívidas inexistentes”. Pessoas que contratavam dívidas com agiotas pagavam muito mais que deviam, mas viravam reféns dos criminosos, passam a exigir dinheiro das mais aleatórias vítimas.
Familiares, novos inquilinos, funcionários de comércio e outras pessoas que nada têm a ver com a tal dívida são submetidos à tortura psicológica, segundo a Polícia Civil. O delegado aponta que os crimes ocorriam em uma sequência linear a partir do constrangimento das vítimas, seguido de execuções de forma violenta, permanentes mensagens de ameaça, depredação de patrimônio, disparos contra residências, entre ouras ações.
A partir da identificação de células criminosas envolvidas, por ora identificadas como autônomas, a investigação produziu provas suficientes para a prisão de integrantes. Com as buscas e prisões, haverá condições de concluir pela existência de uma liderança específica no comando das ações ou mesmo vinculação a uma facção criminosa.
Outras três prisões, executadas dias atrás pela mesma equipe de investigação, desarticularam célula independente que praticou extorsão contra um casal do bairro Mathias Velho. As vítimas chegaram a mudar de domicílio em razão da perturbação cometida pelos criminosos e pelo permanente contexto de ameaças.