A Polícia Civil indiciou cinco pessoas pela morte da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, 40 anos. Ela foi encontrada sem vida no dia 6 de julho após ficar vários dias desaparecida em Alegrete, na Fronteira Oeste. Entre os indiciados está um primo de Priscila, que estava preso e era considerado pela polícia o mandante e autor intelectual do crime.
A investigação é da 1ª DP (Delegacia de Polícia) de Alegrete. Os cinco foram indiciados por de extorsão duplamente qualificada, com restrição de liberdade e resultado morte, além de ocultação de cadáver.
O primo de Priscila está preso desde 13 de julho, diante das suspeitas da polícia de que ele pudesse estar envolvido no desaparecimento e morte da enfermeira.
A polícia acredita que ele teria engendrado o crime com os outros indiciados para obter valores da vítima. Para isso, teria acionado os comparsas que buscaram Priscila na frente da residência dele, em uma suposta viagem de aplicativo.
Para a investigação, sem obter valores da enfermeira, os criminosos teriam decidido matar a enfermeira e ocultado o corpo. Diligências sobre a possibilidade de homicídio doloso ainda estão em andamento.
Agora, caberá ao Ministério Público analisar as provas colhidas na investigação. Se aceitar os dados, o órgão encaminha a denúncia à Justiça. Caso considere que ainda há elementos a serem investigados, os promotores podem aprofundar as investigações.
O desaparecimento
Priscila Leonardi chegou ao Brasil no dia 1° de junho e pretendia ficar um mês no Estado. Ela vivia e trabalhava em Dublin, na Irlanda, desde 2019, era filha única e solteira.
A enfermeira foi vista pela última vez na noite de 19 de junho, quando entrou em um carro de um suposto motorista de aplicativo. Ela deixou a casa do primo – o homem que foi preso hoje –, no bairro Vila Nova e pretendia seguir para a residência de uma prima, que mora no bairro Cidade Alta.
O caso é investigado desde 20 de junho como homicídio, mas segue em sigilo. A motivação do crime não foi informada até o momento. Uma das principais hipóteses é de que o crime tenha sido motivado por causa da partilha da herança que Priscila tinha a receber e que fora deixada pelo seu pai. No entanto, a Polícia Civil não confirma nenhuma linha de investigação para não atrapalhar diligências em andamento.
Encontro do corpo de Priscila
O corpo de Priscila foi localizado às margens do rio Ibirapuitã, em Alegrete. Peritos do IGP (Instituto-Geral de Perícias) removeram o cadáver e o encaminharam para o PML (Posto Médico Legal). O reconhecimento foi realizado por familiares na manhã desta sexta-feira.
Uma necropsia foi realizada. O laudo com a causa da morte deve ser concluído em até 30 dias e remetido à Polícia Civil, que estava investigando o desaparecimento.
Análise preliminar, no entanto, apontou indícios que o corpo de Priscila apresentava lesões que podem ter sido causadas por espancamento. Também haviam indícios que uma fita teria sido enrolada no pescoço da vítima, o que pode indicar que ela foi estrangulada.
Os peritos não conseguiram realizar coletas que pudessem indicar um possível crime sexual.