Dezessete pessoas foram indiciadas no IPM (Inquérito Policial Militar) que investiga as agressões ao torcedor Rai Duarte, do Brasil de Pelotas. Ele ficou internado por 116 dias entre maio e agosto, após ter sido retirado de dentro de um ônibus de torcedores do Brasil de Pelotas após a partida contra o São José, pela Série C do Campeonato Brasileiro.
A apuração apurou as condutas de 17 policiais. Dez deles foram indiciados pelo crime de lesão corporal grave; 11 foram indiciados por tortura; e um policial militar foi indiciado por tortura e tentativa de homicídio. O nome dos investigados não foi divulgado.
Ainda durante a investigação foi apurado o crime de falso testemunho por parte de seis civis. Segundo as provas obtidas pela Brigada Militar na investigação interna, eles faltaram com a verdade em seus depoimentos. O Inquérito Policial Militar será encaminhado à Justiça Militar do RS, órgão responsável pelo julgamento.
Como foi o caso
Rai Duarte, agente de saúde de Pelotas e torcedor do Grêmio Esportivo Brasil, tinha vindo a Porto Alegre para a partida entre Brasil e São José, no Estádio Passo D’Areia, em Porto Alegre. Durante a partida, houve uma confusão entre as duas equipes. Rai nega que tenha participado do confronto entre as torcidas.
Após o jogo, ele embarcou em um ônibus para voltar a Pelotas. No entanto, o veículo foi abordado por policiais. Rai foi retirado do veículo. Torcedores que estavam no veículo relataram que não conseguiam ver o que estava acontecendo, mas ouviam sons semelhantes a pancadas e socos. Eles também disseram que foram ameaçado por PMs.
Rai foi levado pelos policiais até o Hospital Cristo Redentor. Ele chegou caminhando, mas logo em seguida passou mal e foi removido para a emergência. No hospital, os médicos identificaram que ele tinha sofrido graves lesões no sistema digestivo.