Sinal amarelo

Cevs confirma caso de febre amarela em macaco na região Noroeste do RS

O resultado positivo para febre amarela foi obtido na quinta-feira da semana passada.

Dose de vacina contra a febre amarela. Crédito: Agência Brasil

O Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde) confirmou um caso de febre amarela em um macaco bugio no município de Santo Antônio das Missões, na região Noroeste do Rio Grande do Sul. É a segunda ocorrência em primatas no Estado registrada em 2023.

Conforme a SES (Secretaria Estadual de Saúde), o resultado confirmatório concluído na quinta-feira da semana passada. A partir desta confirmação, serão realizadas buscas por primatas na região onde o animal foi encontrado. Após, será feita a imunização da população humana, já que o macaco é um “sentinela” fazendo um alerta sobre a presença do vírus na natureza.

A febre amarela é uma doença viral transmitida pela picada de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes que habitam áreas silvestres. Na natureza, as principais vítimas são os macacos, que no Rio Grande do Sul, são representados majoritariamente pelas espécies bugio e macaco-prego. A transmissão não ocorre de animal para humano, ocorrendo somente pela picada do mosquito.

A Vigilância Ambiental em Saúde investiga as mortes de primatas suspeitos e, com isso, determina as áreas de risco. O Rio Grande do Sul não registra casos humanos de febre amarela desde 2009.

De janeiro a junho de 2023, foram notificadas 70 epizootias (mortes de um ou mais primatas) em 26 municípios do Estado, envolvendo a morte de 73 animais, nos quais foi possível a coleta de amostras em 66 deles. Nesses, foi detectada a presença do vírus causador da febre amarela em janeiro de 2023, em Caxias do Sul e o caso registrado na região das Missões.

Caso a população encontre macacos mortos ou doentes, deve informar o mais rapidamente ao serviço de saúde do município ou do Estado. O Cevs dispõe do telefone 150 para informações, com atendimento de segunda a sexta-feira (das 8h30 às 19h).

Os primeiros sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas, dores musculares e mal-estar generalizados, náuseas e vômitos. Após esse período inicial, geralmente a temperatura baixa e os sintomas diminuem, provocando uma sensação de melhora no paciente. Porém, os sintomas podem reaparecer, seguidos por diarreia e vômitos com aspecto de borra de café.

Vacinação contra a febre amarela

A imunização deve ser realizada pelas secretarias municipais de saúde. Pessoas que não têm comprovação vacinal deverão ser considerados não vacinados e devem se dirigir às Unidades Básicas de Saúde. Crianças devem tomar a primeira dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos. A partir dos 5 anos, não vacinados recebem dose única. A recomendação de vacinação em dose única, de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunizações, vai dos 5 aos 59 anos.

A vacinação de pessoas com mais de 60 anos de idade, gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças menores de 6 meses deve ocorrer em situações especiais (como emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, mediante a avaliação de risco/benefício, feita por um médico). Em mulheres que estejam amamentando, pode-se considerar a suspensão do aleitamento materno por 10 dias. Pessoas portadoras de comorbidades devem receber avaliação de risco/benefício prévia à vacinação.

A SES também alerta que, em ambientes silvestres, a população deve sempre usar repelentes, observando as recomendações de cada fabricante em relação ao prazo de ação efetiva de cada produto.