O Casarão Amália Noll, prédio remanescente da imigração na cidade de Feliz, no Vale do Caí, foi restaurado e será entregue a partir desta quinta-feira (20).
Após décadas fechado, o prédio histórico abrigará a biblioteca municipal de Feliz, além de sediar exposições. A data de abertura para a comunidade ainda será definida pela Prefeitura Municipal.
Construído no século 19, o conjunto histórico mescla áreas de enxaimel, pedra bruta, alvenaria de tijolos maciços e colonial português. O casarão foi nomeado em homenagem a Amália Noll, cidadã felizense que morou no imóvel no século 20 e passou para o imaginário popular do município como uma pioneira do empreendedorismo cultural na região.
Sua casa era cheia de cultura, com salão de baile, cinema e fotografia, expressão pela qual era apaixonada. Desse modo, o casarão foi o primeiro equipamento cultural da região.
Restauração
No processo de restauro, as paredes em ruínas do casarão foram estabilizadas, mantendo suas características originais. O telhado e o assoalho, que estavam completamente apodrecidos, foram substituídos devido à precariedade em que se encontravam, bem como a parte elétrica e hidráulica do prédio.
A estrutura em madeira que servia como base para o assoalho foi preservada parcialmente de forma aparente, como testemunho da originalidade da edificação. Relíquias arquitetônicas foram resgatadas e apresentadas ao público em “janelas didáticas”, como por exemplo, o encanamento de barro usado na época para drenagem das águas e a técnica da escaiola (pintura que imita o mármore nas paredes).
“O restauro desse prédio é um exemplo de que é preciso ter persistência e acreditar na importância da preservação do patrimônio”, disse a arquiteta e urbanista Juliana Betemps
Atualmente, já está em execução a fase 2 do projeto cultural, que pretende elaborar os projetos de restauro da segunda etapa de obras, que compõem o espaço onde ficava o cinema do prédio.