A Polícia Civil deflagrou a operação “Via Expressa” para investigar a participação de caminhoneiros no transporte de drogas no Rio Grande do Sul. A investigação é da 3ª DIN (Delegacia de Investigação do Narcotráfico), vinculada ao DENARC (Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico).
Conforme o delegado Gabriel Borges, a investigação iniciou há três meses após uma várias apreensões de drogas. Os agentes sabiam quem eram os operadores do tráfico, mas precisavam identificar como as drogas chegavam ao Rio Grande do Sul.
Durante as investigações, aponta Borges, foi possível apurar que grupos criminosos gaúchos passaram a aliciar caminhoneiros para o transporte dos entorpecentes. Entre os alvos das quadrilhas estavam até motoristas que prestam serviço para o Sedex, dos Correios.
“Nós fomos surpreendidos. Tínhamos informações [do uso de caminhões] de transportadoras, mas não dos Correios. Eram de outras empresas privadas. Então, isso nos chamou bastante atenção”, afirmou o delegado.
As empresas não tinham conhecimento do tráfico a partir dos veículos. Os caminhões não saíam das rotas, cumpriam os horários e os entorpecentes não eram transportados no baú de carga. Os entorpecentes eram levados na cabine do caminhão.
A investigação apurou que o transporte da droga era efetuada de forma semanal, sendo aproximadamente meia tonelada de entorpecentes no mês. No sábado (8), a equipe de investigação recebeu a informação que uma carreta faria uma entrega de crack num posto perto do pedágio de Gravataí.
Na cabine do motorista foram apreendidos 32 quilos de cocaína pura e 28 quilos de crack, totalizando 60 quilos de droga. “A cocaína apreendida é de origem peruana e possui ‘altíssimo’ grau de pureza”, relatou o delegado Borges.
O motorista, sem antecedentes criminais e residente em Curitiba, informou que recebeu R$ 4 mil para fazer o transporte da droga. Ele foi preso em flagrante.