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Após pedido do Ministério Público, PM que matou quatro homens em pizzaria é preso em Porto Alegre

A Justiça Estadual determinou a prisão do PM (policial militar) que matou quatro homens dentro de uma pizzaria da zona norte de Porto Alegre. O crime ocorreu em 13 de junho de 2021 e vitimou Alexsander Terra Moraes, 26 anos; Cristiano Lucena Terra, 38 anos; Christian Lucena Terra, 33 anos; e Alisson Corrêa Silva, 28 anos. Para promotores do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o policial não exerceu legítima defesa, como apontou o inquérito policial sobre o caso.

A juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva, da 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, acolheu a tese dos promotores de Justiça André Gonçalves Martínez e Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo. Eles acusaram o PM por quatro homicídios duplamente qualificados, violação de domicílio e por praticar vias de fato e pediram a prisão cautelar para garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal.

Conforme o MP, Andersen Zanuni Moreira dos Santos teria invadido uma residência e passou a agredir os presentes, atacando verbalmente os membros da família. Depois, quando confrontado, teria fugido do local e se escondido em uma pizzaria da avenida Manoel Elias, no bairro Mário Quintana. O PM foi, conforme mostram câmeras de videomonitoramento, até uma pequena sala, onde atirou contra os quatro homens. Uma perícia do IGP (Instituto-Geral de Perícias) apontou que ao menos um deles tentou colocar a mão para impedir ser baleado na cabeça.

“Não há como deixar o autor de tais fatos em liberdade, transitando, armado, pelas ruas, ostentando a farda da Brigada Militar, corporação orgulho do Rio Grande do Sul”, sustentaram os promotores. A tese foi acolhida pela juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva. Em sua decisão, ela afirma “que se mostra presente a necessidade de garantir a ordem pública, considerando-se a gravidade concreta dos fatos”.

“Como acima asseverado [ou provado], foram atingidas letalmente múltiplas vítimas com arma de fogo, disparos certeiros na cabeça dos ofendidos. O agente se trata de policial militar e usou a arma funcional. A mantença do denunciado em liberdade traz inquestionável descrédito à Justiça, pois o fato trouxe abalo e comoção social ao mesmo tempo em que o denunciado permanece no exercício da função pública, contrassenso que não pode perdurar”, fundamentou.

Ao G1 RS os advogados do soldado, David Leal e Raiza Hoffmeister, afirmam que a prisão do cliente é “totalmente desnecessária” e que “serve apenas para mostrar serviço”. O policial se apresentou no 20º Batalhão de Polícia Militar e foi encaminhado para a Polícia Civil. Depois, foi Batalhão de Policia de Guarda da Brigada Militar, em Porto Alegre, onde ficará preso, à disposição da Justiça.

Andersen também responde, junto com dois homens, a uma denúncia do Ministério Público por estupro de vulnerável em Gravataí, na região metropolitana.