O acampamento de bolsonaristas em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, foi desmobilizado na manhã desta segunda-feira (9). Os integrantes foram detidos e colocados em ao menos 40 ônibus do transporte público do Distrito Federal. Mais de 1.200 integrantes foram presos na Praça dos Cristais, onde foi montado o acampamento.
A detenção do grupo de bolsonaristas ocorre em cumprimento de decisão judicial do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Os bolsonaristas estão foram encaminhados para a Superintendência Regional da Polícia Federal, onde passarão por uma triagem. Na mesma decisão, Moraes determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias.
Ontem, golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atacaram a Praça dos Três Poderes e destruíram o Palácio do Planalto, os prédios do Congresso Nacional e do STF. Ao menos 300 indivíduos foram presos ontem (8).
Em entrevista concedida na tarde desta segunda-feira (9), o ministro da Justiça e Segurança Pública, equipes da justiça trabalhando para recolher depoimentos e dar andamento aos detidos. Outro ponto da coletiva foi uma atualização sobre as denúncias recebidas até o momento contra pessoas que participaram da invasão golpista.
O Ministério da Justiça abriu um canal para envio dessas notificações por qualquer pessoa, pelo e-mail [email protected], na manhã desta segunda-feira e já foram recebidas mais de 13 mil denúncias. “Uma equipe está fazendo a triagem para que a responsabilidade penal vá além daqueles que estiveram aqui na Esplanada, para chegar aos financiadores e organizadores”, pontuou ainda.
Dino ressaltou que “nosso país caminha para a absoluta normalização institucional com muita tranquilidade” e informou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com líderes dos três poderes e das forças armadas. “E reina a plena convicção é preciso proteger a Constituição e a democracia”, pontuou.
“Golpistas, terroristas e criminosos em geral não obtiveram êxito na ruptura da lei e da legalidade”, pontuou o ministro, agradecendo ainda a colaboração de “aproximadamente 10 estados” com o envio de militares “para fortalecimento da Força Nacional”. “São cerca de 500 policiais a mais no efetivo”, disse.
“Gente do agro” financiou invasão, admitem golpistas
Dos 300 presos após os atos de vandalismo e depredação de bens públicos, 204 tiveram a homologação da prisão em flagrante delito. Ao menos 30 desses detidos admitiram, em depoimento à Polícia Civil do DF, que “gente do agro” teria financiado o acampamento em frente ao quartel-general do Exército.
Os empresários também teriam oferecido ajuda de custo e ajuda para a alimentação para os bolsonaristas. A Polícia Civil do DF, no entanto, não informou se conseguiu a identidade dos empresários apontados como financiadores porque a investigação ainda está em andamento.