Foi concluído na noite desta quarta-feira (14) o julgamento de David da Silva Lemos, acusado de matar os quatro filhos em dezembro de 2022, em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre. As penas, somadas, chegam a 175 anos de prisão por por três homicídios triplamente qualificados e um homicídio quadruplamente qualificado.
O Conselho de Sentença da 1ª Vara Criminal da Comarca decidiu, por maioria, condenar o réu por três homicídios triplamente qualificados e um homicídio quadruplamente qualificado. Lemos está preso preventivamente e não poderá recorrer em liberdade.
O crime ocorreu no dia 13 de dezembro de 2022, na casa da avó paterna das crianças, no bairro Piratini. As vítimas tinham entre 3 e 11 anos. Três delas foram mortas a facadas e a quarta, por asfixia. A motivação, segundo a acusação, foi o inconformismo do pai com o fim do relacionamento com a mãe das crianças.
Conforme o processo, as quatro vítimas estavam sob os cuidados do pai durante um final de semana. Na segunda-feira (12), a mãe aguardava o retorno delas para casa, em Porto Alegre, o que não ocorreu. Uma nova tentativa de entrega foi marcada para o dia seguinte, mas também sem sucesso. A mãe só soube dos assassinatos ao ir até a residência da avó, onde foi informada da tragédia.
A perícia indicou que três das crianças – de 11, 8 e 6 anos – foram mortas a golpes de faca enquanto dormiam. A menina mais nova, de 3 anos, foi morta por asfixia em outro cômodo da residência. No total, foram identificadas 40 perfurações de faca nas vítimas.
Após o crime, David foi localizado nas proximidades da Estação Rodoviária de Porto Alegre e preso. Ele respondeu ao processo sob custódia provisória.
Julgamento durou 4 dias
O julgamento teve início na terça-feira (13) e durou dois dias. Foram ouvidas dez testemunhas e uma perita judicial. O réu exerceu o direito de permanecer em silêncio e não foi interrogado. O júri foi presidido pelo juiz Marcos Henrique Reichelt.
A acusação foi conduzida pelos promotores Plínio Castanho Dutra, Leonardo Rossi e Daniela Fistarol, com a advogada Gabriela Souza atuando como assistente de acusação. Já a defesa sustentou a negativa de autoria, alegando falta de provas técnicas. A defesa ficou a cargo dos advogados Thaís Constantin, Deise Dutra e Marçal Carvalho.