OPERAÇÃO RICICLAGGIO

Polícia Civil investiga grupo criminoso envolvido em homicídios em Porto Alegre

Operação Riciclaggio apreendeu uma pistola e dois fuzis, além de bens e dinheiro. Três pessoas estão presas.

Armas, dinheiro e joias foram apreendidas na operação. Crédito: Polícia Civil / Divulgação
Armas, dinheiro e joias foram apreendidas na operação. Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (19) a Operação Riciclaggio, com o objetivo de investigar um grupo criminoso envolvido em homicídios na zona sul de Porto Alegre.

A ação – conduzida pela DRLD (Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro) do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) – contou com o apoio da Brigada Militar.

No total, houve cumprimento 125 ordens judiciais em Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas, Alvorada e Guaíba. Entre os resultados, estão a prisão de três suspeitos, a apreensão de armas de fogo — incluindo dois fuzis — e dinheiro em espécie.

As ordens incluem mandados de busca e apreensão, sequestro de bens, bloqueio de contas bancárias, e a indisponibilidade de imóveis. Entre os investigados estão 15 pessoas físicas e jurídicas, acusadas de movimentações financeiras ilícitas.

Lavagem de dinheiro

De acordo com o delegado Marcus Viafore, dois irmãos envolvidos com o tráfico de drogas estão entre os investigados. Um deles responde uma acusação de homicídio, e ambos adquiriram bens como automóveis e imóveis em nome de terceiros.

Conforme a Polícia Civil, um dos imóveis teve a compra realizada por meio de uma empresa de reciclagem. Isso levantou a suspeita de que o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) serve para lavagem de dinheiro.

“Não há renda lícita que justifique o aumento patrimonial dos suspeitos. O líder do grupo, por exemplo, esteve preso por nove anos e só obteve liberdade em 2020”, afirmou Viafore.

Além disso, outras empresas também teriam, conforme a investigação, supostamente mascarado a origem do dinheiro do grupo. As movimentações financeiras analisadas, ocorridas entre 2021 e 2024, somam cerca de R$ 9,2 milhões.

Impacto financeiro

As medidas judiciais aplicadas até o momento já congelaram R$ 1,1 milhão em bens e valores. O diretor do DHPP, delegado Mario Souza, destacou a importância da repressão à lavagem de dinheiro como forma de enfraquecer a estrutura financeira de organizações criminosas.

“É essencial impedir que esses recursos sejam usados para financiar novos homicídios e outros crimes”, ressaltou.