OPERAÇÃO ELÍSIOS

MPF denuncia 19 pessoas por assalto no aeroporto de Caxias do Sul

Crime ocorreu no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, em junho. Um policial morreu na ação, assim como um dos assaltantes.

Crédito: reprodução de vídeo / Câmeras de videomonitoramento
Crédito: reprodução de vídeo / Câmeras de videomonitoramento

O MPF (Ministério Público Federal) apresentou denúncia contra 19 pessoas pelo assalto a um carro-forte. O caso ocorreu no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, em junho deste ano. O 2º sargento Fabiano Oliveira morreu na ação, além de um dos assaltantes.

A denúncia resulta da Operação Elísios, da Polícia Federal. A peça é assinada por todos procuradores da República que fazem parte do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

O MPF aponta que o grupo praticou crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e de organização criminosa com uso arma de fogo. Treze dos denunciados estão presos – 12 cumprem prisão preventiva e um está em prisão temporária.

Conforme a denúncia encaminhada à Justiça Federal pelo MPF, integrantes de duas facções criminosas se associaram para executar uma das maiores operações criminosas da história do Rio Grande do Sul. Eles pretendiam roubar R$ 30 milhões, transportados por via aérea desde o Paraná. O ataque estava previsto momento da transferência dos valores da aeronave para um carro-forte na pista do aeroporto.

Os procuradores da República que assinam a denúncia do MPF explicam o plano dos criminosos. Eles pretendiam render os seguranças do Aeroporto com armas de fogo de grosso calibre e uso de carros disfarçados de viaturas da Polícia Federal.

Porém, durante o assalto, policiais militares e seguranças reagiram e houve troca de tiros. O confronto resultou na morte de um policial militar. Um dos criminsos também morreu. Um segurança, que protegia o desembarque do dinheiro, recebeu um disparo na perna, mas sobreviveu. O grupo conseguiu levar R$ 14,4 milhões. 

Caso enquadrado como latrocínio

O MPF destaca, na ação penal, o entendimento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre a caracterização a tentativa de latrocínio. Seguindo o entendimento, o MPF denunciou os envolvidos por latrocínio não apenas em razão da morte do sargento Fabiano. Mas, também, pelo risco concreto de morte causado a 13 funcionários das empresas de segurança e 8 policiais militares presentes na cena do crime.

Além dos crimes de latrocínio e organização criminosa, 14 dos envolvidos também receberam denúncia por posse de arma de fogo de uso restrito; por explosão, expondo a risco a vida de outras pessoas; por uso de sinal público falsificado, ao adesivar veículos utilizados no crime com símbolos da Polícia Federal; e por adulteração das placas de veículos.

Um dos denunciados também foi acusado por comunicação falsa de crime, prevista no artigo 340 do Código Penal.