O governo do Rio Grande do Sul anunciou a criação o NUCOPE (Núcleo de Combate à Pedofilia e ao Abuso Infantojuvenil) no IGP (Instituto-Geral de Perícias). A estrutura foi formalizada com a publicação da ordem de serviço no Diário Oficial da última quinta-feira (24).
O NUCOPE reunirá profissionais de informática forense, genética forense e perícias psíquicas. A atuação integrada visa acelerar respostas técnicas em crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes, desde a coleta de vestígios até o suporte às vítimas.
Conforme o diretor-geral do IGP, Paulo da Cruz Barragan, o núcleo é um avanço estratégico. “Estamos fortalecendo nossa capacidade técnica para enfrentar crimes cada vez mais sofisticados, com uma resposta mais ágil e eficaz”, afirmou.
Atuação nos locais de crime
A atuação do NUCOPE incluirá a presença direta em locais de crime e em operações policiais. A ideia é coletar provas ainda no momento da abordagem, principalmente em crimes digitais, onde a comprovação da materialidade pode ser decisiva para prisões em flagrante.
A informática forense permitirá rastrear e recuperar provas digitais, como arquivos, mensagens e atividades online. Já a genética forense auxiliará na identificação de vestígios em roupas, veículos e ambientes, fundamentais para a responsabilização dos agressores.
Avaliação psicológica das vítimas
O núcleo também contará com peritos psiquiatras e psicólogos, especializados em escutar vítimas e avaliar impactos psicológicos. Esses profissionais irão atuar no acolhimento e na produção de laudos que auxiliem na investigação e na posterior responsabilização dos envolvidos.
De acordo com o perito criminal Marcelo Nadler, que coordenará o NUCOPE, a integração entre áreas do IGP permitirá um volume maior e mais qualificado de vestígios. “A união entre perícias digitais, laboratoriais e psíquicas dará ao IGP mais capacidade técnica e sensibilidade no atendimento das vítimas”, destacou.
Prevenção e ações educativas
Além das ações investigativas, o NUCOPE deve ampliar o papel do IGP em campanhas de conscientização, com foco em familiares, comunidades e profissionais da educação. O objetivo é prevenir novos casos e fortalecer a proteção da infância e adolescência.