FALSO PATRONO II

Golpe do falso advogado: Polícia prende dois em operação no RS e SP

Grupo usava dados de precatórios e documentos falsos para enganar vítimas no WhatsApp.

Crédito: Polícia Civil / Divulgação
Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a segunda fase da Operação Falso Patrono, contra um grupo criminoso que aplicava golpes do tipo “falso advogado”. A ação foi conduzida pela DRCPE/DERCC (Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos), com apoio da Polícia Civil de São Paulo, por meio do DEIC.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão em municípios do estado de São Paulo. Até o momento, dois indivíduos foram presos, incluindo um dos líderes do grupo. Um veículo também foi apreendido.

Como agiam os golpistas

O esquema consistia no monitoramento de sistemas judiciais para identificar processos com liberação de valores, como precatórios, indenizações ou RPVs. Com base nessas informações públicas, os criminosos entravam em contato com as vítimas por telefone ou WhatsApp, utilizando números desconhecidos e perfis falsos.

Se passando por advogados, representantes de escritórios ou servidores de tribunais, os estelionatários solicitavam depósitos antecipados via PIX, alegando a necessidade de pagamento de supostas custas processuais, impostos ou taxas cartorárias.

As contas bancárias utilizadas eram de terceiros (laranjas), dificultando o rastreamento dos valores.

O que foi descoberto

A investigação teve início em 2024, a partir da denúncia de advogados gaúchos que tiveram seus dados e nomes de escritórios utilizados de forma fraudulenta. A Polícia Civil utilizou ferramentas tecnológicas para mapear a atuação da organização criminosa e identificar 11 envolvidos, divididos em funções como Tecnologia da informação, Logística, Financeiro e lavagem de dinheiro, Interação com vítimas e Contato com advogados para eventual defesa em caso de prisão.

Um dos suspeitos identificados é um homem de 24 anos, natural de Guarulhos (SP), com antecedentes por estelionato e lavagem de dinheiro. Ele teria usado contas de familiares para movimentar recursos oriundos dos golpes.

Alerta da Polícia Civil

A Polícia Civil reforça o alerta à população para que não realizem pagamentos antecipados em processos judiciais sem consultar diretamente seus advogados ou os canais oficiais dos tribunais. A corporação afirma que seguirá reprimindo com rigor crimes praticados por organizações especializadas em fraudes eletrônicas.