O Tribunal do Júri da Comarca de Montenegro condenou, nesta quarta-feira (9), três homens pela morte do policial penal Jair Fiorin, ocorrida em 2005 durante uma emboscada. Claiton da Silva Mallet, Fernando Toledo Bastos e Gederson Aguiar Ribas receberam sentença de 32 anos e dois meses de prisão em regime fechado.
A juíza Débora de Souza Vissoni, da Vara Criminal de Montenegro proferiu a decisão, após os jurados reconhecerem a prática de homicídio triplamente qualificado e roubo.
De acordo com a sentença, os réus responderam pelos crimes cometidos com motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e com o objetivo de garantir a impunidade de outros delitos. Outros envolvidos no caso já haviam sido julgados anteriormente.
Emboscada contra escolta da Susepe
O crime ocorreu em 16 de janeiro de 2005, nas proximidades da Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro. Conforme denúncia do Ministério Público, os réus participaram de uma emboscada contra uma viatura da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) que transportava dois detentos ao hospital.
Os presos haviam simulado uma briga dentro da penitenciária para irem à unidade de saúde. Durante o deslocamento, no entanto, os criminosos – fortemente armados com pistolas, metralhadoras e fuzis – interceptaram o veículo. Na ação, o policial penal Jair Fiorin foi atingido por disparos de arma de fogo.
O grupo fugiu levando armas e um celular dos agentes da escolta. Fiorin chegou a receber socorro, mas morreu no hospital dias depois, em 28 de janeiro de 2005.
Julgamento durou mais de 12 horas
O julgamento dos três réus iniciou às 10h da manhã e se estendeu até a meia-noite. Durante a sessão, houve a oitiva de quatro testemunhas de acusação. Os promotores Caio Isola de Aro e Valério Cogo representaram o Ministério Público. A defesa dos acusados ficou a cargo dos defensores públicos Gustavo Satt Corrêa e Carolina Zago Cervo, além da advogada Mariana Soares Pinto da Silva.
Homenagem ao agente penal
Como forma de reconhecimento, a Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro passou a se chamar Penitenciária Jair Fiorin, em homenagem ao servidor morto no cumprimento do dever. A alteração do nome ocorreu após o crime, simbolizando a memória e o legado do agente penal no sistema prisional gaúcho.