HOMICÍDIO CULPOSO

Caso Isabelly: MP-RS denuncia pais por morte de menina de 11 anos em São Gabriel

Mãe e pai negligenciaram atendimento médico, conforme denúncia do MP-RS. Pai também é acusado de abuso sexual e ameaças.

O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) denunciou, na quarta-feira (28), os pais de Isabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, por homicídio culposo. A menina morreu no dia 8 de maio, após ser internada em estado grave em São Gabriel, na Fronteira Oeste.

Conforme a denúncia do promotor de Justiça Mauricio Arpini Quintana, os pais se omitiram diante do agravamento do quadro clínico da filha. A criança apresentava sintomas como otalgia (dor de ouvido), dores abdominais, diarreia e dificuldade respiratória. Mesmo assim, não recebeu atendimento médico adequado.

Laudos periciais indicam que Isabelly morreu em decorrência de insuficiência respiratória, sepse e pneumonia necrotizante. A omissão no cuidado e o atraso na busca por socorro foram apontados como fatores determinantes para o óbito.

De acordo com o Ministério Público, a menina permaneceu dias acamada, sem alimentação adequada e com sinais visíveis de debilidade. Somente no dia 7 de maio, quando já não respondia mais aos estímulos, foi levada ao hospital pela mãe. Um taxista precisou carregá-la nos braços até o veículo. Isabelly morreu no dia seguinte.

Além da denúncia por homicídio culposo, o pai da menina foi acusado de estupro de vulnerável e ameaças contra a companheira. Conforme a investigação, ele teria cometido atos libidinosos contra a filha entre março de 2023 e maio de 2025. A denúncia também descreve três episódios de ameaça contra a mãe da vítima, incluindo um caso com uso de faca, para silenciar as denúncias de abuso.

O caso causou comoção em São Gabriel e reforça a necessidade de atenção à violência doméstica e aos direitos da criança e do adolescente.

Rede de proteção e canais de denúncia

Casos como o de Isabelly reforçam a importância de denúncias rápidas. Se houver suspeita de violência contra crianças e adolescentes, a orientação é acionar imediatamente o Conselho Tutelar, a Promotoria de Justiça ou a Delegacia de Polícia.

Também é possível ligar para o Disque 100 (ligação anônima e gratuita) ou acionar o 190 em situações de emergência.