CRIME BRUTAL

Polícia conclui que pai de santo e esposa mataram jovem, bebê e amigo em Esteio

Crime teve motivação ligada a ciúmes e temor de exposição; casal contou com apoio de dois adolescentes para ocultar os corpos.

Vala onde os corpos das vítimas foram enterrados. Crédito: Polícia Civil / Divulgação
Vala onde os corpos das vítimas foram enterrados. Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu a apuração do triplo homicídio ocorrido em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. As vítimas são Kauany Martins Kosmalski, de 18 anos; seu filho Miguel, de apenas dois meses; e o adolescente Ariel Silva da Rosa, de 16 anos. Os corpos foram localizados na terça-feira (22), ocultados em uma vala às margens do rio dos Sinos, em meio a galhos e entulhos.

Conforme a investigação da Delegacia de Polícia de Esteio, os crimes foram cometidos pelo pai de santo Jocemar Antunes de Almeida e por sua esposa, Belisia de Fátima da Silva. Eles tiveram o auxílio de dois adolescentes, de 15 e 17 anos, para a ocultação dos cadáveres.

A delegada Marcela Smolenaars, responsável pela investigação, afirmou que o crime teve como motivo os ciúmes da esposa de Jocemar e temor de perder a posição como líder religioso, caso viesse à tona que a jovem Kauany — ex-fiel da casa religiosa — havia tido um filho com ele quando ainda era menor de idade.

Conforme a Polícia, a jovem ameaçava expor o caso, o que motivou a ação criminosa. Belisia esfaqueou Kauany, enquanto Jocemar assassinou Ariel. O corpo do bebê foi lançado sobre os demais, já sem vida. A causa da morte da criança será determinada pelo IGP (Instituto-Geral de Perícias).

Cronologia do crime, segundo a polícia

Os trabalhos policiais iniciaram após o desaparecimento da mãe e do bebê ser comunicado pela tia da vítima. Diligências foram feitas ao longo da terça-feira (22), culminando na prisão de Jocemar, que confessou o crime após ser confrontado com inconsistências e provas.

Ele indicou o local onde os corpos haviam sido deixados, em uma área próxima a uma fábrica em Esteio. A Brigada Militar apoiou nas diligências e ajudou a preservar o local para a perícia. O Corpo de Bombeiros foi acionado para remoção dos cadáveres.

Após a repercussão do caso, moradores incendiaram a residência do casal, o que levou Belisia a procurar a delegacia e confessar sua participação nos homicídios. Ela relatou ter assassinado Kauany, enquanto o marido matou o adolescente. O casal utilizou o próprio veículo para transportar os corpos com o apoio dos dois menores.

A faca utilizada no crime foi descartada próximo ao local das execuções. O veículo foi submetido à perícia na mesma data.

De acordo com a delegada, o casal responderá por feminicídio triplamente qualificado, dois homicídios qualificados, violação sexual mediante fraude e corrupção de menores. A jovem foi morta na presença do filho, de forma cruel e com emboscada, para acobertar outro crime — a relação sexual que resultou no nascimento do bebê.

A participação dos menores ainda está sendo avaliada em inquérito policial, sendo confirmado que eles auxiliaram na prática da ocultação dos cadáveres”, complementou a delegada Marcela.