SPREAD BANCÁRIO

Tesouro Nacional capta US$ 2,5 bilhões com aumento de juros

Captação ocorreu por meio de títulos da dívida externa, com vencimento em 2035. Taxa de juros subiu para 6,75% ao ano.

Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas
Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas

O Tesouro Nacional captou US$ 2,5 bilhões com investidores internacionais nesta terça-feira (18), em mais uma emissão de títulos da dívida externa com vencimento em 2035. A taxa de juros foi fixada em 6,75% ao ano, acima da última emissão, ocorrida em janeiro de 2024, quando a taxa foi de 6,35% ao ano.

Segundo o órgão, a demanda dos investidores superou US$ 6,5 bilhões, indicando forte interesse pelos papéis brasileiros. A maior parte dos compradores veio da Europa e da América do Norte (64%), enquanto 28% dos investidores eram da América Latina, incluindo o Brasil.

Aumento nos juros e impacto no mercado

O aumento da taxa reflete o impacto do cenário internacional. Desde 2022, os juros básicos dos Estados Unidos subiram gradualmente, atingindo o maior nível em 40 anos entre julho de 2023 e agosto de 2024, com taxas entre 5,25% e 5,5% ao ano.

Esse movimento influencia os títulos brasileiros, pois os investidores cobram um prêmio de risco maior para aplicar no país. Mesmo assim, o chamado spread – diferença entre os juros dos títulos brasileiros e os do Tesouro dos EUA – caiu para 220 pontos-base (2,2 pontos percentuais), o menor nível desde 2019.

Para que serve a captação de recursos?

O dinheiro obtido com a emissão dos títulos será incorporado às reservas internacionais do Brasil no próximo dia 25 de fevereiro. No entanto, segundo o Tesouro Nacional, esse tipo de operação tem outro objetivo principal:

“As emissões da dívida externa servem como referência para empresas brasileiras que buscam captar recursos no mercado internacional.”

Ao observar o desempenho dos títulos soberanos do Brasil, empresas privadas conseguem estimar as taxas que podem obter ao buscar financiamentos no exterior.

Cenário histórico e comparações

A nova emissão registrou a maior taxa de juros para um título brasileiro de dez anos desde 2005, quando o país captou recursos com juros de 7,9% ao ano. No entanto, especialistas destacam que a redução do spread pode indicar maior confiança dos investidores no Brasil, mesmo com a alta dos juros globais.