
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil registrou crescimento de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o resultado, a economia brasileira atinge um novo patamar recorde, mantendo a sequência de avanços há 14 trimestres consecutivos, desde o último trimestre de 2021. O desempenho foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que teve alta de 12,2% no período, segundo o levantamento.
“O setor agropecuário se beneficiou de condições climáticas favoráveis e do avanço de lavouras como soja, milho, fumo e arroz, com colheita concentrada no primeiro semestre”, explicou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Outro destaque foi o setor de serviços, que corresponde a cerca de 70% da economia nacional e também atingiu novo recorde, com crescimento de 0,3% no trimestre. As atividades de informação e comunicação foram as mais dinâmicas, com avanço de 3%.
Por outro lado, o setor industrial apresentou retração de 0,1%, influenciado principalmente pela queda de 0,8% na construção civil e 1% na indústria de transformação. Esses segmentos, segundo o IBGE, sentem o impacto da Selic (taxa básica de juros elevada).
Na análise pela ótica da demanda, todos os componentes tiveram desempenho positivo:
- Consumo das famílias: alta de 1%
- Formação bruta de capital fixo (investimentos): 3,1%
- Exportações: 2,9%
- Consumo do governo: 0,1%
Apesar da alta, os investimentos ainda estão 6,7% abaixo do pico registrado no segundo trimestre de 2013. A indústria também permanece 4,7% abaixo do melhor resultado já registrado, no terceiro trimestre de 2013.
“O consumo das famílias continua crescendo, impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido, programas de transferência de renda e acesso ao crédito, mesmo com o custo mais elevado”, avaliou Palis. “Mas os efeitos da política monetária restritiva ainda limitam esse avanço.”