Diante da gravidade da crise da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) propõe alternativas de combate à fome e aquisição de alimentos.
Segundo Djones Zucolotto, da direção estadual do MST/RS, os assentados da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul estão montando um centro de distribuição para vendas de alimentos produzidos nos assentamentos, para atender as pessoas que tiverem condições de ir buscar os produtos.
Já está disponível uma lista de orgânicos e integrais, como arroz, feijão, farinhas de milho e trigo, mel, leite em pó, sucos de uva e amora, geleias, molho e extrato de tomate.
O ponto central será na Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), em Eldorado do Sul, na região Metropolitana (Maps: https://g.page/COOTAP?share). As encomendas dos produtos podem ser feitas pelo WhatsApp (51) 98044.2957, telefone (51) 3181.0305 ou e-mail [email protected]r.
De acordo com Zucolotto, as equipes de assentados foram treinadas para usar todos os cuidados de higienização para entrega dos produtos e contato com as pessoas, conforme as recomendações dos órgãos de saúde nacionais e internacionais. “O objetivo é que consumidores tenham acesso a um alimento puro, saudável e em segurança, sem riscos de contaminação pelo coronavírus”, sinaliza.
Nelson Krupinski, coordenador comercial da Cootap, destaca que, para evitar a exposição dos consumidores, em breve serão feitas entrega em domicílios, e o pagamento poderá ser feito por transferência bancária ou cartão.
Alimentos às famílias carentes
Outra ação é a distribuição de alimentos à população carente. Para isso, os assentados necessitam da colaboração do governo do Estado. O MST entregou nesta quarta-feira (25), através do deputado estadual Edegar Pretto (PT), um ofício ao governador Eduardo Leite (PSDB). O Movimento propõe, em caráter emergencial, que o Estado adquira produtos de cooperativas da agricultura familiar e da Reforma Agrária, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Direta.
Djones Zucolotto afirma que esses empreendimentos têm todas as condições para entrega imediata de alimentos e, se necessário, de forma descentralizada. A maioria dessas cooperativas já realizava entregas para escolas estaduais e municipais por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), cujas compras foram suspensas no momento em função da pandemia do Covid-19.
Ele acrescenta que o MST se coloca à disposição do governo e do povo gaúcho para ajudar no enfrentamento a esse momento difícil. Também destaca a importância do governador acatar a iniciativa. ”Vai beneficiar a população mais carente, e ao mesmo tempo ajudar as famílias vinculadas a cooperativas da agricultura familiar e da Reforma Agrária”, finaliza.