O Rio Grande do Sul registrou recuperação no mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2024, conforme o Boletim de Trabalho divulgado nesta terça-feira (17). O número de ocupados cresceu 2,1% em relação ao trimestre anterior, o que representa 122 mil novos vínculos de trabalho. A taxa de desocupação caiu de 5,9% para 5,1%, o menor índice desde 2015 para o período.
Segundo o DEE (Departamento de Economia e Estatística), ligado à SPGG (Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão), o resultado evidencia a retomada após as enchentes de maio. O Boletim de Trabalho é de autoria dos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, a partir de informações da PNAD Contínua e do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) – base estatística produzida pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
“Em maio e junho, o RS perdeu 30 mil empregos formais. Redução sofrida só encontra paralelo, em magnitude, nos dois primeiros meses de eclosão da Covid-19, em 2020”, explicou o pesquisador Guilherme Xavier Sobrinho. Em outubro, o estoque de postos já superava o patamar pré-desastre.
Emprego formal e informal
Nos últimos 12 meses, o estoque de empregos formais cresceu 2,2%, com a criação de 61,7 mil postos. O setor de Serviços liderou, com 63,3%, seguido pelo Comércio (19,1%) e Construção (12,2%). A Indústria respondeu por 5,8% das vagas, enquanto a Agropecuária apresentou leve retração.
A informalidade cresceu 7% em relação ao terceiro trimestre de 2023, adicionando 128 mil pessoas ao mercado informal. O aumento foi mais expressivo entre homens (81 mil), jovens de 14 a 29 anos (9,4%) e idosos acima de 60 anos (11,4%). A informalidade também afetou mais os negros (10%) do que os brancos (5,9%).
Desempenho regional
Todas as nove Regiões Funcionais do RS registraram crescimento no emprego formal. A RF 9 (Norte) teve o melhor desempenho, com alta de 4,3%. Passo Fundo e Erechim responderam por 6,5 mil das 11,1 mil novas vagas na região. Já a RF 7 (Noroeste) apresentou o menor avanço, com 0,4%.
“O trabalho informal teve uma elevação expressiva no Rio Grande do Sul em bases interanuais, superior à do país, enquanto nos demais estados da Região Sul e em São Paulo permaneceu estável”, esclareceu Bastos. “A ocupação informal, uma medida de desproteção social do trabalho, se elevou com maior intensidade, no terceiro trimestre de 2024, entre os homens, os jovens, os idosos, os negros e entre as pessoas com níveis de instrução médio e superior completo”, resumiu.