BANCO MASTER

Investigação aponta suspeita de fraude bilionária em carteiras de crédito vendidas ao BRB

Operação que prendeu Daniel Vorcaro apura fabricação de carteiras falsas de consignado e prejuízo potencial de até R$ 12 bilhões.

Crédito: Divulgação
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A investigação que levou à prisão do banqueiro Daniel Vorcaro aponta a suspeita de que o Banco Master tenha utilizado a negociação com o BRB (Banco de Brasília) para ocultar a fabricação de carteiras falsas de crédito consignado. Segundo apurações preliminares, essas carteiras teriam sido criadas com tomadores inexistentes e posteriormente vendidas ao Master e, por fim, repassadas ao BRB em dezembro do ano passado.

De acordo com investigadores, a manobra inflou artificialmente o balanço do Master. O Banco Central identificou sinais de irregularidades no início do ano, convocou as direções das duas instituições para esclarecimentos e, diante de respostas consideradas insuficientes, aprofundou a apuração. O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, que instaurou inquérito.

A supervisão do BC determinou a suspensão das compras das carteiras pelo BRB, o que levou o Master a readquirir os ativos. O distrato ocorreu em fevereiro de 2025. Mesmo diante das suspeitas, o BRB anunciou em março a intenção de comprar o Master e protocolou o pedido no Banco Central. A operação foi rejeitada em setembro, e o BC enviou informações adicionais ao MPF.

De acordo com a PF, a fraude teria começado em 2024 e pode ter impacto financeiro entre R$ 8 bilhões e R$ 12 bilhões. Como os supostos tomadores não existiam, não houve reclamações que alertassem o sistema, o que permitiu que os valores se acumulassem.

Ex-sócio também é preso

A operação Compliance Zero também prendeu o empresário Augusto Lima, ex-sócio do Master e criador do CredCesta, produto de consignado para servidores públicos na Bahia. O MPF e o INSS apuram irregularidades adicionais na concessão de consignados e descontos indevidos em benefícios previdenciários.

A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu procedimento preparatório em agosto para reunir informações e avaliar possíveis práticas abusivas. O INSS instaurou processo administrativo sobre o tema. Master e BRB foram procurados, mas ainda não se manifestaram.

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